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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tarefa Espírita-Francisco Cândido Xavier

 

Índice do Blog 

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TAREFA ESPÍRITA

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

EMMANUEL E ANDRÉ LUIZ

Tarefa Espírita

Prefácio

Todas as obras efetuadas realmente, em nome do cristo, na Terra, excetuada a nossa humana participação, que habitualmente lhes desfigura a santidade e a beleza, são grandes e respeitáveis.

Sublimes foram todas as vidas asfixiadas no martírio e no sangue para que as sementes do Evangelho Redentor alcançassem a Humanidade e abençoado tem sido todo esforço sincero na preservação dos tesouros da Boa Nova, seja ele realizado nas sombras do claustro ou no ambiente libertário e reformista da praça pública.

Todos os cooperadores fiéis de Jesus refletem-Lhe a Soberana Grandeza, merecendo, por isso, a nossa veneração.

A tarefa, porém, dos espíritas na atualidade, segundo cremos, dentro da condição de herdeiros de Sua Luz, reveste considerável importância, de vez que, exumaram do tempo o Evangelho simples e puro, a despertar-lhes o coração para novo tipo de luta.

Não apenas o testemunho confessional que lhes revele o modo de sentir ou de crer...

Não somente o culto exterior, quase sempre inútil, mas, por vezes, repleto de sugestões valiosas...

Não apenas a oratória que defina os méritos do Senhor e Lhe proclame os dons Excelsos...

Não somente a arte, emoldurando-Lhe as manifestações para uso dos outros...

Não apenas o trabalho intelectual que esclarece a mente e prepara a convicção...

Mas, sobretudo, a propaganda de Jesus nas próprias vidas, para que a leitura da exemplificação convença e tranqüilize, liberte e renove a eira do mundo...

Para isso, a palavra, a fé o entusiasmo e a monumentalização da beneficência humana são convocados, mas, acima de tudo, a esse material, é imprescindível oferecer ao Senhor, na pessoa dos semelhantes, o próprio coração em forma de amor puro e serviço incessante, sem desânimo e sem desespero, na certeza de que todos somos ovelhas do Divino Pastor, que somente nos pede submissão, em favor da própria felicidade, no grande caminho de retorno à Glória Celestial.

Emmanuel

Espiritismo

André Luiz

É fé viva

Confiemos.

É esperança

Esperemos no Senhor.

É caridade

Exerçamo-la.

É trabalho

Aprendemos a servir.

É solidariedade

Unamo-nos.

É tolerância

Pratiquemos a fraternidade legítima.

É paz

procuremos a concórdia.

É luz

Brilhemos, refletindo-a.

É amor

Amemo-nos uns aos outros.

É caminho

Trilhemo-lo.

É verdade

Busquemo-la.

É vida

Vivamo-la em abundância.

Faze Luz

Emmanuel

Quando te confias à maledicência, despedes da própria alma raios de treva e perturbação que, de retorno, te impõem dolorosa e indefinível tortura íntima a exprimir-se em obscuros processos de enfermidade.

Quando te entregas às sugestões da calúnia, exteriorizas da própria mente forças destrutivas que, de volta, te impedem à comunhão com as inteligências perversas que a veiculam, adquirindo invisíveis passaportes para os abismos da obsessão e do crime, da loucura e da morte.

Quando desce à crítica venenosa, na preocupação de assombrar o caminho dos que te cercam, expulsas do próprio espírito dardos intangíveis e penetrantes de sofrimento e desânimo que, de regresso, te imobilizam os passos na noite da dificuldade e do desalento, de vez que, procurando salientar as deficiências e chagas alheias, não fazes mais que levantar a antipatia gratuita dos outros contra a segurança e a paz de teu próprio caminho...

Lembra-te de Jesus, cuja infinita Misericórdia nos acompanha em todos os passos e auxilia sempre.

Recorda de quantas vezes foram seus erros apagados pela Bondade Divina e não olvides o culto incessante que todos devemos à Humana Bondade.

Faze luz no próprio roteiro para que a luz nos encontre.

Suportemos as faltas do próximo como desejamos as nossas ententidas e toleradas.

E, desculpando infinitamente, alcançaremos, em nossa marcha, o sol do Infinito Amor, cujos Raios Celestiais nos asseguram todas as bênçãos da vida e que somente aguarda a nossa compressão e nossa boa vontade para investir-nos na posse dos sublimes tesouros da Glória Excelsa.

A Influência do Espiritismo

Emmanuel

A influência do Espiritismo, em verdade, à feição de movimento libertador das consciências, será precioso fator de evolução, em toda parte.

Na ciência, criará novos horizontes à glória do espírito.

Na filosofia, traçará princípios superiores ao avanço inelutável do progresso.

Na religião, estabelecerá supremos valores interpretativos, liberando a fé viva das sombras que encarceram na estagnação e na ignorância.

Na justiça, descortinará novos rumos aos direitos humanos.

No trabalho, proporcionará justa configuração do dever.

Nas artes, acenderá a inspiração da inteligência para os mais arrojados vôos ao país da beleza.

Na cultura, desabotoará novas fontes de Luz para a civilização fatigada e decadente.

Na política, plasmará nova conceituação para a responsabilidade nos patrimônios públicos.

Na legislação, instituirá o respeito substancial ao bem comum.

E, em todos os setores do crescimento terrestre, à frente do futuro, ensinará e levantará, construindo e consolando, com a verdade a nortear-lhe a marcha redentora.

Entretanto, somente no coração é que o Espiritismo pode realmente transformar a vida.

Não basta erguer-se o homem às novas experiências de natureza exterior sem base no sentimento.

Civilizações múltiplas hão surgindo no mundo, alcançando o apogeu e descendo de novo aos sepulcros de pó e cinza.

É que lhes faltaram às fibras mais íntimas, essa fonte de água viva que só o amor puro consegue assegurar.

Conduzamos o coração às bênçãos da doutrina Salvadora que abraçamos com o Cristo e, desse modo, a ressurreição da Terra, começando por dentro de nós, constituir-nos-á, no abençoado amanhã, o Paraíso conquistado para a nossa Alegria Perpétua em Perpétuo Esplendor.

Lembra-te

Emmanuel

Analisando o conceito de superioridade na esfera carnal, quase sempre demoras, desavisado, no fácil julgamento dos companheiros em prova...

E observas o usuário infeliz, confinado às ganas da sovinice, entre a perturbação e a insensatez, acentuando os desvarios da posse, como se a vida pudesse esperar dele vantagens imediatas...

Recordas o condutor humano, atrabiliário e impulsivo, entre a ilusão e a loucura, nos cargos a que se junge, desesperado, à caça e o poder, como se pudesse, de improviso, recolher-lhe o concurso na edificação do progresso.

Reportas-te a legisladores e juízes, a generais e sacerdotes, a tiranos e senhores da convivência terrestre como se fossem super-homens, de cuja fulguração passageira o campo social devesse aguardar a consolidação dos valores eternos do espírito...

Em verdade, cada criatura responderá pelos compromissos que assume, à frente da Lei, e mordomos e apóstolos da evolução planetária serão constrangidos à prestação de contas dos bens que houveram usufruído para a melhoria e iluminação do mundo, no entanto, não olvides a superioridade espiritual com Cristo e nem te esqueças de que foste chamado por Jesus a partilhar-Lhe o Conhecimento Divino da paz e da justiça, e da tolerância fraterna.

Na orientação ou na subalternidade, na carência de recursos materiais, ou na abundância deles, na cultura menos compacta ou na exaltação dos recursos intelectuais, não desdenhes servir.

Com o Divino Mestre aprendemos que somente a altura do amor prevalece, na direção da Luz Imperecível.

Descera, assim, a própria alma ao entendimento cristão e caminhemos com o Senhor, aprendendo e auxiliando incessantemente.

Onde a ignorância ensombra o caminho, seja tua fé, viva e operante, um raio de luz que diminua a extensão das trevas...

Onde a miséria se agigante, multiplicando angústias e problemas, seja tua bondade a migalha de carinho e reconforto que atenue o sofrimento...

Lembra-te do Eterno Benfeitor na extrema renúncia e, em matéria de superioridade, não olvides, com o Evangelho, que o maior no Reino dos Céus será sempre aquele que se fizer o mais simples e mais diligente servidor na Terra.

Renovemos Hoje

Emmanuel

Apesar de Misericordiosa e Divina, em seus fundamentos, não esperes pela reencarnação para renovar o próprio caminho.

Constitui-se o corpo físico de milhões de células.

Compõe-se a existência de milhões de atos sutis e aparentemente sem importância.

O corpo é o vaso de manifestação.

E a existência bem traçada e bem vivida pode sublimar-lhe as características.

Não esperes, assim, pela morte para concertar a existência.

Aproveita a hora atual da vida e edifica dentro dela o teu roteiro de ascensão.

Para isso dá nova forma à tua própria exteriorização.

Os atos são forças de reestruturação na esfera de trabalho em que evoluímos.

Aprende a desprezar as velhas fórmulas de sentir, com as quais recolheste o desespero ou o desânimo, a desolação ou a tristeza.

Regenera as próprias atitudes.

Recompõe a confiança no alto.

Faze reviver as esperanças perdidas.

Restaura a bondade em teus métodos de intercâmbio com o próximo.

Renova os teus hábitos e adapta-te ao otimismo e à alegria.

Renasce da sombra para a luz.

Restabelece a tua vontade, servindo ao próximo incessantemente.

Se procuras, realmente, a estrada para o Alto, não te detenhas no desejo ruinoso de morrer e, sim, vale-te da oportunidade de lutar para replantar o campo de teus ideais e de tuas aspirações, porque, se cada existência no corpo físico é senda para o sepulcro a fim de tudo reajustarmos, cada dia é tempo de dar novas maneiras às nossas resoluções e aos nossos atos a fim de tudo renovar e tudo redimir para a exaltação do Bem Infinito.

Do Aprendizado Cristão

André Luiz

Recebe e aplica.

Retém e distribui.

Auxilia e passa.

Serve e desapega-te.

Estuda e trabalha.

Ensina e exemplifica.

Medita e age.

Ama e renuncia.

Raciocina e sente.

Socorre e segue.

Vê e analisa.

Observa e seleciona.

Confia e esforça-te.

Empresta e olvida.

Perdoa e esqueçe.

Acolhe e educa.

Auxilia e esclarece.

Estimula e orienta.

Tranqüiliza e eleva.

Luta e persevera no bem.

Ouve e guarda.

Fala e edifica.

Perde e aprende.

Experimenta e melhora.

Ora e espera.

Vigia e ampara.

Protege e constrói.

Pensa e realiza.

Instrui e ilumina.

Agradece e aproveita.

Adversários

Emmanuel

Quando o Mestre nos recomendou amor aos inimigos, não nos induziu à genuflexão improdutiva à frente dos nossos adversários.

Ninguém precisa oscular o lodo escuro do pântano a fim de auxiliá-lo.

Ninguém necessita introduzir um espinho no próprio coração, a pretexto de aniquilar-lhe a expressão dilaceraste.

O senhor pede entendimento.

Imaginemo-nos na posição dos nossos inimigos, gratuitos ou não, e observemos como seria a nossa conduta se estivéssemos em lugar deles.

Permanecerá o nosso adversário em nossa posição de madureza espiritual quando conseguimos examiná-lo com segurança moral?

Terá tido as mesmas oportunidades de que já dispomos para semear o bem?

Guardaríamos o coração sem fel se nos demorássemos na posição onde se encontram muitas vezes, dominados pela ignorância ou pelo desespero?

Assumiríamos conduta diferente daquela que lhes assinala as atividades, se fôssemos constrangidos a atravessar a zona empedrada em que jornadeiam?

Dificilmente chegaríamos a conclusões afirmativas.

Jesus, por isso, pede acima de tudo, esquecimento do mal e disposição sincera para o bem, com atitudes positivas de boa vontade, a fim de que os nossos adversários nos identifiquem, com mais clareza, as boas intenções.

Recebemos o inimigo como instrutor e auxiliá-lo-emos a dilatar a visão que lhe é própria.

A compreensão é a raiz da verdadeira fraternidade.

Aprendamos, assim, a perceber a luz onde luz se encontra, afim de que nos armemos contra o poderio das trevas em nosso coração.

A boa vontade realiza milagres em nossa vida, se estamos realmente disposto a caminhar para os cimos da vida.

Lembremo-nos de que Jesus, até hoje, está trabalhando no auxílio aos inimigos e o único caminho por Ele escolhido para esse apostolado de amor, é o caminho do sentimento, porque só aquele que sabe conquistar o coração dos adversários pela cooperação e pela boa vontade pode, efetivamente, inflamar-se ao Sol do Amor Eterno, com a vitória sobre si mesmo, na subida espinhosa e santificante para a Glória Imortal.

O Problema da Liberdade

Emmanuel

Em verdade, o direito vem libertando os cidadãos da escura nódoa do cativeiro, no vasto círculo dos povos...

Decretos e proclamações glorificam a liberdade...

Entretanto, o Homem, privilegiado herdeiro da inteligência, no mundo, ainda continua escravo adentro de si mesmo...

Pesados grilhões acorrentam-no à inferioridade e à sombra, convertendo-o em fantasma de dor e treva, quando poderia erguer-se à condição de semeador de alegria e de luz...

Mais que o rebenque dilacerante dos antigos capatazes de fazenda, a ira enrijece-lhe o coração, a avareza enregela-lhe o íntimo, a crueldade aguilhoa-lhe o sentimento, a incompreensão vergasta-lhe a alma e a ignorância espanca-o, infatigável, ferindo-lhe a mente e a carne com os azorragues de seu nefasto domínio...

Não vale ordenações terrestres de liberdade para os instintos desabridos e será sempre racionais que se bestializam...

Só a educação pode produzir o milagre da regeneração comum porque, sem o Homem renovado para o infinito Bem, o mal se aproveitara de nossa desorientada independência para ampliar a infinita penúria...

Não hesitemos.

A única propriedade inalienável da criatura é a sua própria alma à frente do Criador e Pai.

Somos aquilo que criamos em nós próprios.

Temos o que detemos, assim como recolhemos o que semeamos.

Liberemos nossas forças para a estruturação de novos destinos sob a Inspiração de Jesus.

Enquanto o amor e a humildade não estabelecerem seu império sobre nós, seremos invariavelmente vítimas potenciais do ódio e do orgulho, ameaçando a nossa própria felicidade pela auto-escravização no sofrimento.

Não nos esqueçamos de que os grandes missionários da justiça emancipam as nações, mas somente nós mesmos poderemos redimir nossa alma cativa na Terra para o vôo sublime a gloriosa e definitiva libertação.

Ainda é o Dia

Emmanuel

Ainda que te encontres inteiramente penhorado à justiça, à face dos débitos em que te revelaste até ontem, lembra-te de que o amor Infinito do Pai Celestial te concede a benção do “hoje” para que possas solver e renovar.

O penitenciário na grade que o exclui do convívio doméstico pode, por seu comportamento, gerar compaixão e a simpatia daqueles que o observam, caminhando com mais segurança no retorno à própria libertação.

O enfermo algemado ao catre do infortúnio, pelo respeito com que recebe os Desígnios Divinos, pode amealhar preciosos valores em auxílio à cooperação, em favor da própria tranqüilidade.

E ambos, o prisioneiro e o doente, no esforço de reconquistar-se pela nobreza com que recolhem as dores das próprias culpas, estendem a outras almas benefícios que já entesouraram.

Recorda que o dia de melhorar é este mesmo em que nos achamos, uns à frente dos outros, respirando o mesmo clima de regeneração e de luta.

Nem ontem, nem amanhã, mas agora...

Agora, é o momento de levantar os caídos e os tristes, e de amparar os que padecem o frio da adversidade e a tortura da expiação...

Agora, é o instantes de revelar paciência com os que se tresmalharam no erro, de cultivar humildade a frente do orgulho e devotamento fraternal diante da insensatez...

Ainda que tudo te pareça na atualidade terrestre sombra e derrota, cadeia e desalento, segue a Deus o teu coração em forma de prece e chega-Lhe forças para fazer Luz e confiança onde a treva e desespero dominam, porque, se ontem foi o tempo de nossa morte na queda, hoje é o dia de nossa abençoada ressurreição.

Realeza

Emmanuel

A realeza como dignidade na terra não é privilégio dos reis ou dos condutores de nações.

Em toda parte, há uma realeza no trabalho que nos extorna o caráter, quando nos afeiçoamos às obrigações que o Céu nos confia.

Decerto, semelhante nobilitação não atinge os brutos que ainda se movimentam na animalidade primitivista.

Entretanto, à medida que se destaca o espírito na esfera da inteligência bem conduzida, vê-lo-emos receber do alto o cetro da respeitabilidade no setor de serviço em que atua ou na profissão que domina.

O chefe de família aguarde a realeza da governança doméstica, tanto quanto o coração maternal se coroa com a realeza do amor na criação dos filhinhos.

Sacerdote de qualquer confissão religiosa edificante ostenta nas mãos símbolo da fé viva e da autoridade espiritual, tanto quanto o soldado enobrecido detém o bastão da ordem.

O magistrado é portador da realeza da justiça, tanto quanto o médico conserva a soberania da arte de curar.

Há realeza de todas as procedências...

Realeza da mulher que se faz mãe de filhos alheios e realeza do homem que se transforma em irmão do próximo na plantação da fraternidade pura.

A pena do escritor é sinal de grandeza no mundo das idéias para o homem que se consagra à extensão do bem, como a vassoura é característico de nobreza, no asseio público, para o companheiro que se devota à higiene, em benefício geral.

Não nos esqueçamos, porém, de que a realeza não nasce do título que exibimos nas afirmativas convencionais, mas sim da maneira pela qual nos utilizamos das possibilidades de servir que repousam em nossa mente, em nosso coração, em nossas palavras e em nosso braços.

Onde estiveres, honra a confiança do Altíssimo que te confiou o refúgio do lar, a beleza da escola, o calor da oficina ou o talento da profissão a que te dedicas.

Angariar a gratidão dos que te cercam, pelo dever irrepreensivelmente cumprido,  é guardar na existência terrestre a Magnitude Celestial

Engrandece-te, assim , onde te encontras...

E, ainda mesmo que não sejas compreendido, de imediato, por todos aqueles à cuja felicidade te devotas, retém sobre a fronte a auréola da paz, no aconchego da consciência tranqüila, porque a justiça vigilante te acompanha do Alto, verificando-te o esforço e premiando-te o mérito, qual aconteceu, um dia, ao Rei da Luz e do Amor em seu trono de sangue e lágrimas, coroado de espinhos.

Na Edição da Fé

Emmanuel

Ninguém edificará o santuário da fé no coração, sem associar-se, com toda alma, ao trabalho, naquilo que o trabalho oferece de belo e de superior dentro da vida.

Para alcançar, porém, a divina construção não nos bastam os primores intelectuais, a eloqüência preciosa, o êxtase contemplativo ou a desenvoltura dos cálculos no campo da inteligência.

Grandes gênios do raciocínio são, por vezes, demônios da tirania e da morte.

Admiráveis doutrinadores, em muitas ocasiões, são vitrinas de palavras brilhantes e vazias.

Muitos adoradores da Divindade, freqüentemente, mergulham-se na preguiça a pretexto de cultuar a Glória Celeste.

Famosos matemáticos, não raro, são símbolos de sagacidade e exploração inferior.

Amenos o trabalho que a Eterna Sabedoria nos conferiu, onde nos situamos, afeiçoando-nos à sua execução sempre a mais nobre, cada dia, e seremos premiados pela grande compreensão, matriz e abençoada de toda a confiança, de toda a serenidade e de todo o engrandecimento do espírito.

Para penetrar os segredos da estatuária, o escultor repete os golpes do buril milhões de vezes.

Para produzir o vaso de que se orgulhará em sua missão bem cumprida, o oleiro demora-se infinitamente ao contato da argila.

Para expor as peças com que enriquecerá o conforto humano, o carpinteiro, de mil modos, recapitulará o aprimoramento do tronco bruto.

Não te queixes se a fé ainda te não coroa a razão.

Consagra-te aos pequeninos sacrifícios, na esfera de tuas diárias obrigações, à frente dos outros, cede de ti mesmo, exercita a bondade, inflama o otimismo por onde passes, planta a gentileza ao redor de teus sonhos, movimenta-te no ideal de sublimação que elegeste para o alvo de teu destino.

Aprende a repetir para que te aperfeiçoes...

Não vale fixar indefinidamente as estrelas, almadiçoando as trevas que ainda nos cercam.

Acendamos a vela humilde de nossa boa vontade, no chão de nossa pobreza individual, para que as sombras terrestres diminuam e o esplendor solar sintonizar-se-á com a nossa flama singela.

A tomada insignificante é o refletor da usina, quando ligada aos seus poderosos padrões de força.

Confessemos Jesus em nossos atos de cada hora, renovando-nos com Ele, avançando felizes em seu roteiro de renunciação, auxiliando a todos e servindo cada vez mais, em Seu Nome, e, de inesperado, reconheceremos nossa alma inundada por alegria indizível e por silenciosa luz...

É que o trabalho de comunhão com o Mestre terá realizado em nós a Sua Obra Gloriosa e a fé perfeita e divina, por tesouro inalienável, brilhará conosco, definitivamente incorporada à nossa vida e ao nosso coração.

O Livro

André Luiz

O livro com Jesus é sempre:

Na vida – o mestre silencioso

Na fé – o templo da alma

Na luta – o observador sereno.

Na dificuldade – o amigo vigilante.

No caminho – o companheiro sábio.

Na dor – a fonte do reconforto.

Na dúvida – a luz do conhecimento.

Na jornada – a árvore benfeitora.

Na construção espiritual – o tijolo incorruptível.

Na enfermidade – o remédio oportuno.

No lar – o bom conselheiro.

No trabalho – a coragem constante.

Na terra do espírito – a semente da santidade.

Na imaginação – o incentivo fertilizante.

Na aflição – bálsamo salutar.

Na alegria – o impulso de auxiliar a todos.

Na fartura – o controle benéfico.

Na escassez – a graça celestial.

O livro cristão é alimento da vida eterna.

Espalhá-Lo é servir com Jesus.

Respostas

Emmanuel

Para compreender certas Respostas Celestiais às rogativas terrestres, vejamos algumas das respostas humanas aos anseios da natureza.

Quando a terra desejou melhorar-se para produzir em regime de educação, o lavrador rasgou-lhe o seio para exaltá-la, feliz.

Quando a semente anelou servir à mesa, foi arrojada pelo cultivador à cova fria e escura para que se lhe atendesse à generosa destinação.

Quando a argila desejou brilhar na santuário, em forma de vaso de nobre, foi constrangida pelas mãos do oleiro a sofrer a tensão do forno.

Quando o mineiro anelou elevar-se do serro bruto à bênção da utilidade, foi conduzido pelo artífice ao calor ardente da forja, para que se lhe imprimisse nova feição.

Quando o animal aspirou a companhia  do homem, a fim de respirar-lhe o ambiente doméstico, foi obrigado a esquecer a vida livre para suportar o açoite e a cangalha o laço e o ferrão.

Pelas respostas do homem aos seres e às coisas simples dos reinos inferiores à condição em que ele ainda estagia, podemos observar que as respostas dos anjos às nossas próprias súplicas nem sempre podem ser confortantes e lisonjeiras, no sentido imediatista do mundo, de vez que, sem a dor e sem renúncia, sem a disciplina e sem o sacrifício, ninguém se habilita à ascensão da sombra para a luz.

Assim, se te consagras à prece, como recurso de purificação e melhoria, roga, antes de tudo, não a materialização de teus transitórios e quase sempre injustificáveis desejos mas, sim, o cumprimento da Vontade do Senhor a teu respeito porquanto, pelas lições constringentes e pelos duros aguilhões que hoje te cercam prepararás, no trabalho e na esperança, embora fatigado e suarento, a colheita de paz e felicidade que te coroará o porvir.

Orientação

Destinada aos Candidatos a Assistirem Reuniões de Materialização

André Luiz

Meu amigo.

Se você pretende cooperar no apostolado da revelação, materializando os benfeitores do Plano Espiritual no caminho dos homens, desmaterialize a própria vida, para que as suas forças se divinizem, auxiliando com eficiência a obra redentora do Mais Alto, em benefício da humanidade.

Reajuste os seus hábitos e santifique as suas manifestações de sentimento e pensamento, adaptando-se, quanto o possível, ao padrão de vida mais alta que o ministério dessa natureza reclama, em toda parte.

Em assembléias dessa ordem, cada visitante ou assistente irradia as ondas vitais com cuja intimidade se colocam.

O frasco de perfume esparge o aroma sublime de seu conteúdo.

O vaso de detritos fornecem emanações desagradáveis que lhe correspondem.

Outra não é a situação de cada companheiro da reunião se disponha a receber as demonstrações sagradas do Plano Superior.

Se você ainda aspira a subida para conviver com a luz, não se negue ao esforço de abandonar o vale sombras em que o seu coração vem respirando até agora.

Melhore tudo dentro de você, para que tudo melhore ao redor de seus passos.

Lembre-se de que as dificuldades impostas ao nosso roteiro pelos outros, não devem ser a norma de vida para nós.

É imprescindível a renovação nossa, para acompanhar o vôo deslumbrante dos espíritos que se renovam e evoluem.

Há pequeninos prazeres que, à maneira dos micróbios violentos ou perseverantes que nos desintregam o envoltório físico, nos intoxicam a alma e lhe destroem as mais santas esperança.

Todos nós somos dínamos viventes, nos mais remotos ângulos da vida, com o Infinito por clima de progresso e com a Eternidade por meta sublime.

Geramos raios, emitimo-los e recebemo-los, constantemente. Nossas atitudes e deliberações, costumes e emoções, criam cargas elétricas de variadas expressões.

O uso da carne estabelece raios embrutecentes.

O uso do álcool forma elementos intoxicantes.

O uso do fumo arremessa raios venenosos.

A cólera forma nuvens de princípios destruidores.

A maldade projeta dardos de treva.

O ciúme é uma tempestade interior.

A inveja é atmosfera enregelante.

O egoísmo é casulo de sombra.

A conversação indigna é pasto às entidades viciosas.

A queixa é tradução de ociosidade.

O abuso é sempre inclinação da alma ou queda do sentimento no precipício.

Se você deseja, assim, auxiliar a materialização dos espíritos elevados, traga aos Mensageiros do Senhor a água viva da paz, a bênção da fraternidade, o tesouro do entendimento, o concurso da dedicação, o Dom da alegria, a beleza do otimismo, o calor da fé, a claridade da esperança, a luz da cooperação, a segurança da pontualidade, os eflúvios do carinho e, sobretudo, a fonte aberta da claridade que é o Amor Divino, compreendendo, auxiliando esclarecendo e levantando, em todas as ocasiões.

Sem esses títulos, o seu propósito de colaborar será, talvez curiosidade doentia ou improdutiva que não rende senão espinhos na lavoura do Pomicultor Celeste.

Lembre-se da finalidade antes do fenômeno, do chamamento do Alto acima das preocupações puramente terrestres.

A Obra de Jesus pede amor e colaboração, bondade e devotamento.

Se pudermos trazer ao Apostolado do Evangelho semelhantes bens, avancemos, confiantes e alegres para o trabalho em Cristo, mas, se nosso coração ainda está paralítico no velho catre da discórdia e do personalismo inferior, abstenhamo-nos de perturbar a movimentação dos semeadores do Infinito Bem, a fim de que não nos convertamos em pedras de tropeço na jornada de nossos irmãos para Deus.

Rumo ao Porvir

Emmanuel

Trabalhar com Jesus, na restauração da fé viva entre os homens, é a grande tarefa do momento, a que os discípulos sinceros do Evangelho não podem fugir.

Enquanto ruge a tempestade política, no céu ensombrado das nações, reúnem-se homens de boa vontade cogitando da próxima recomposição de valores do mundo

Estudam-se fórmulas de acordo internacional traçam-se novas diretrizes econômicas face ao reajustamento renovador.

A ordem mundial, entretanto, não pode prescindir das bases religiosas, porque nenhuma realização, puramente terrestre, pode saciar, na criatura, a sede inata do Infinito.

Usufrutuário da Casa Divina, o homem, em todas as condições de existência e em todos os degraus evolutivos, experimenta a necessidade de Deus, no clima do sentimento.

A política pode realizar prodígios de técnica administrativa a ciência conseguirá sempre os mais altos primores intelectuais, a filosofia, sem dúvida, possibilitará vôos maravilhosos do pensamento, nos domínios da especulação metafísica, todavia, sem as bases religiosas da fé, não passam de servas transitórias da civilização, igualmente em trânsito, nos círculos evolutivos, sem realidade efetiva para o homem – espírito imortal, a caminho de gloriosa destinação.

Os templos, porém –objetar-se-á – permanecem feridos pelas bombas destruidoras, repletos de ídolos quebrados ou reclamando pastores, esquecidos de si mesmos, nas divagações teológicas ou distraídos do Reino de Deus, em luta franca pela dominação efêmera no mundo.

Existe todavia – responderemos – a instituição universal da fé, sediada no templo vivo dos corações. Não é mito, nem se reduz à mera afirmação verbalística dos crentes. Foi essa fé, acesa por Jesus, no terreno da alma que se espalhou pela Terra desde o primeiro instante do cristianismo Redentor.

Resplandeceu na manjedoura humilde brilhou na Galiléia, tornou-se ainda mais viva no Gólgota, iluminou os cristãos no martirológio dos circos, resistiu às trevas da idade medieval, atravessou os séculos, superior às igrejas de pedra, aos cetros da tirania e aos excessos do sectarismo, e brilha ainda hoje, mais sublime que nunca, para a humanidade do vigésimo século, indicando-lhe o caminho a seguir, para as edificações da Nova Era.

É para o estabelecimento do seu império, no campo dos sentimentos que as vozes da Espiritualidade se fazem ouvir, agora, mais intensamente no mundo.

Abrem-se os pórticos obscuros da morte e novas mensagens de esperança reconfortam a humanidade sofredora e faminta do Pão Celestial.

É a restauração da confiança divina no espírito humano, a projeção da Luz Eterna de Deus sobre as trevas efêmeras do Eu.

Em todos os setores do serviço terreno, ouve-se a verdade conclamando os homens à vitória da Vida Eterna!

A existência terrestre é apenas um curso breve de aprendizagem.

A responsabilidade individual é condição comum a todos os filhos da Terra.

Cada qual responderá por si próprio, criando seus paraísos ou seus sofrimentos purgatoriais.

O corpo é o instrumento sublime, a luta é a necessidade imperiosa, a dor é o crisol de purificação, a experiência é o patrimônio bendito do futuro.

A morte é pura transformação.

Herdeiros da imortalidade, seguiremos, sob as bênçãos do Pai, rumo ao porvir!

Cristianismo Redivivo, em movimento libertador das consciências, o Espiritismo desempenha divina missão na atualidade.

Continuemos, pois, trabalhando a serviço de sua extensão, no campo da prática mais pura. Não nos doa a incompreensão da frivolidade, nem nos da o espinho da ignorância.

Interessados em realizações mais altas, nosso plano de ação não descansa em glórias literárias, nem desdobra ao longo da vaidade e do fanatismo.

Trabalhadores da fé viva, cooperemos na solução da ansiedade mundial por uma Terra melhor, habitada por humanidade verdadeiramente humana.

O Evangelho palpitante de vida é o nosso roteiro.

Boa vontade sincera é o nosso lema.

Serviço cristão é o nosso programa de cada dia.

Desse modo, portanto, prossigamos avante na reedificação do Templo Espiritual da crença, unindo as nossas esperanças em Cristo, rumo ao futuro glorioso, para a vitória da união de todas as atividades edificantes da fé com um só Senhor.

Decálogo para nós

André Luiz

Guardaremos nossa consciência fiel a Deus acima de tudo.

Tomaremos Jesus por Mestre constante seguindo-Lhe os passos.

Não permutaremos valores eternos por futilidades do caminho.

Honraremos nossos antepassados com o desempenho de nossas obrigações a fim de que o Senhor nos abençoe.

Respeitaremos no corpo o vaso sagrado em que se expressará a Vontade Divina.

Não esperaremos pelos outros na execução das boas obras.

Não mataremos senão o mal que ainda se enraíza dentro de nós.

Distribuiremos a verdade com amor de modo a não ferir.

Não cobiçaremos do próximo senão a santidade e o caráter cristão.

Procuraremos o bem através de todas as pessoas e circunstâncias de pensamento voltado para Jesus, hoje e sempre.

Remédio salutar

Emmanuel

“Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros para que sareis.”

Tiago: 5:16

A doença sempre constitui fantasma temível no campo humano, qual se a carne fosse tocada de maldição, entretanto, podemos afiançar que o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto.

A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser.

Não nos reportando à imensa caudal de provas expiatórias que invade inúmeras existências, em suas expressões fisiológicas, referimo-nos tão somente às moléstias que surgem, de inesperado, com raízes no coração.

Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio?

Qualquer desarmonia interior atacará naturalmente o organismo em sua zona vulnerável.

Um experimentar-lhe-á os efeitos no fígado, outro, nos rins e, ainda outro, no próprio sangue.

Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja causa repousa no mundo mental.

O grande apóstolo do Cristianismo nascente foi médico sábio, quando aconselhou a aproximação recíproca e a assistência mútua por remédios salutares.

O ofensor que revela as próprias culpas, ante o ofendido, lança fora detritos psíquicos, aliviando o plano interno.

Quando oramos uns pelos outros, nossas mentes se unem, no círculo da intercessão espiritual e, embora não se verifique o registro imediato em nossa consciência comum, há conversações silenciosas pelo “sem-fio” do pensamento.

A cura jamais chegará sem o reajustamento íntimo necessário e, quem deseje melhoras positivas, na senda de elevação, aplique o dos atos de cada dia, constituem apelos que endereçamos aos que nos cercam.

A prestação de um serviço por mais humilde, sem a expectativa de retribuição, é a reserva de simpatia.

A frase que estimula o bem gera alegrias imorredouras.

O sorriso espontâneo recebe a confiança e o carinho.

O esquecimento das faltas alheias enriquece a compreensão ao redor de nós.

O otimismo invoca, em nosso auxílio, as energias invisíveis da renovação e da paz.

O fiel cumprimento dos nossos deveres estabelece, ao nosso lado, a prosperidade e a segurança.

O trabalho desinteressado e constante é o melhor tipo de oração, de espírito para espírito e, sem dúvida, representa uma escada viva pela qual o socorro divino pode descer facilmente da Vida mais Alta, em nosso favor.

Ninguém conseguirá testemunhar amor a Deus sem amor para com os outros.

Entre nosso Pai e nós, permanece ele, nosso irmão.

O próximo é o degrau de acesso ao Senhor da Vida.

Não nos despreocupemos de nossa comunhão espiritual com Gênios Divinos que nos regem a evolução, mas estejamos atentos ao serviço que devemos aos nossos semelhantes, de vez que, somente pela paz da reta consciência é que poderemos entesourar em nós a Paz Celestial.