Degraus da Vida
Francisco Cândido Xavier
Cornélio Pires
Apresentação
Prezado amigo leitor,
É com grande alegria que apresentamos mais um livro de autoria do companheiro espiritual Cornélio Pires.
Dando seqüência às trovas recebidas por Chico Xavier em seu culto individual doméstico noturno, este volume contém o material produzido entre 29 de janeiro e 3 de março de 1996. Novamente, como ocorreu em Paz e Amor, as mensagens foram transmitidas diretamente ao querido médium, não ocorrendo psicografia. Vivaldo Cunha Borges, fiel secretário e auxiliar, encarregou-se de organizá-las diariamente, de modo a poder brindar-nos com mais esta jóia.
E, deste modo, a antiga amizade cristã entre Chico Xavier e Cornélio Pires continua iluminando nosso caminho e facilitando nosso acesso à superação dos degraus da vida a caminho do Mundo Maior!
Rendendo graças a Deus por mais esta bênção,
Beatriz Peixoto Galves
São Paulo, 22 de março de 1996.
Anotação Esquecida
Gastamos tempo contando
Os amigos imperfeitos
E esquecemos de anotar
Os nossos próprios defeitos.
O Conselheiro
Em toda e qualquer questão
De família ou de dinheiro,
O silêncio calmo e simples
É o mais hábil conselheiro.
29 de janeiro de 1996
Todos Sofrem
Grandes mulheres famosas,
Qual mulher indefesa,
Também lutam, também sofrem
Doença, mágoa, tristeza...
Consciência
A morte, em qualquer lugar
Ao fim da humana existência,
Estampa, em cada pessoa,
O estado de consciência.
30 de janeiro de 1996
Prudência
Entre os que seguem de carro,
Pouca gente se domina.
Prevendo angústia e desastre,
Prudência é a melhor vacina.
Meditemos
Ninguém pode imaginar,
Seja em cidade ou roça,
Quantas vidas são precisas
Para sustento da nossa.
31 de janeiro de 1996
Assistência
No serviço de assistência,
Muitas vezes, percebi:
Quem trabalha para os outros
Trabalha mais para si.
Endereço
Acima dos telefones
E quaisquer listas de preços,
Possui a Morte o sumário
De todos os endereços.
4 de fevereiro de 1996
Receita
Quem quiser paz e saúde
Cultive afetos normais,
Coma pouco e pense muito
E não converse demais.
4 de fevereiro de 1996
Paciência
Coragem não é vencer
Qualquer animal feroz,
É manter a paciência
Agindo dentro de nós.
5 de fevereiro de 1996
Perigo
Pessoa que sabe muito,
Entre amigos e inimigos,
Pode ser nobre e prendado,
Mas vive em grandes perigos.
Na Obra Divina
Deus criou a Humanidade,
Tudo fez e agiu tão bem
Que, mesmo em grupos unidos,
Ninguém conhece ninguém.
6 de fevereiro de 1996
Liberdade
Deus nos fez a liberdade,
Todos vivem com ela,
E muita gente demora
Nos grandes porões da vida.
7 de fevereiro de 1996
Supérfluo
Sobre assuntos do supérfluo
Muitas vezes me concentro;
Enfeite demais por fora
E pouco sizo por dentro.
Reflexão
Se encontras dificuldades,
Pensa nas bênçãos que tens;
Destacamos nossos males
Esquecendo-nos dos bens.
8 de fevereiro de 1996
No Abuso
O homem que se embriaga
E é glutão em qualquer clima,
Vive doente e parece
A lima que lima a lima.
8 de fevereiro de 1996
Dúvida
Gente que sofre de tédio
E a todo instante se enguiça,
Não se sabe se é doente
Ou se é caso de preguiça.
9 de fevereiro de 1996
Contradição
Onde existe experiência,
Muita vez, noto este aviso:
Talento quando é demais
Traz carência de juízo.
Teste
Suporta sem desespero
A amargura que te invade;
Marujo só se revela
Na hora da tempestade.
10 de fevereiro de 1996
Fama
A fama é uma taça linda
De precioso licor,
No começo, é aplauso e festa,
No fundo, é cansaço e dor.
Somos de Deus
Palavras, mundos, sistemas,
Seres nobres e plebeus,
Animais, insetos, plantas...
Nós todos somos de Deus.
11 de fevereiro de 1996
Vida e Morte
No imenso palco da Terra,
A vida é constante enredo
Que só termina na morte,
Que é sempre um grande segredo.
Sedativa da Paz
Se há muitas rixas em torno
Do recanto que te asila,
O sedativo da paz
É a consciência tranquila.
13 de fevereiro de 1996
Fórmulas da Paz
Para sustento da paz
Em nosso campo de ação,
Aceitemos as pessoas,
Tais quais as pessoas são.
Identidade no Além
No Além, para que livres
De qualquer toque das trevas,
Põe teu nome por extenso
Sobre a bagagem que levas.
14 de fevereiro de 1996
Bagagem
Muito aprendi em mim mesmo
Nesta ocorrência de instantes;
De quem segue para o Além,
A bagagem chega antes.
Erro Alheio
Perante qualquer desastre,
Sê compassivo e prudente;
O erro de uma pessoa
É lição a muita gente.
15 de fevereiro de 1996
Tudo Passa
O poder muda no tempo,
Fortunas morrem na herança,
Tudo passa ou se desfaz,
Menos a luz da esperança.
Vale o Silêncio
Injúrias e dissidências,
Gestos chulos, onde vais?
Não reajas, nem respondas,
O silêncio pode mais.
16 de fevereiro de 1996
Inimigos
Por que amar aos inimigos?
São nossos irmãos doentes,
Muita vez reencarnados
Em nossos próprios parentes.
Herança
Para quem deixou a Terra,
Sonhando paz e esperança,
As lutas que mais lhes doem
São os atritos de herança.
19 de fevereiro de 1996
Observação
Em lides religiosas
Eu nunca soube por que;
Pessoa que mais fala em fé
É aquela que menos crê.
Declaração
Declaração que interessa
A santos, crentes e ateus:
Todos estamos vivendo
Na paciência de Deus.
20 de fevereiro de 1996
Fé em Deus
Fé em Deus nos lembra um anjo
Sempre feliz, sempre lindo,
Que nos diz ao coração:
“Espera que Deus vem vindo!...”
Otimismo
Otimismo cultivado
É o Amor que não se cansa,
Acedendo em nossas almas
A luz de nome Esperança
21 de fevereiro de 1996
Imagens da Saudade
Saudade é uma flor da Terra
Que brota no adeus de alguém,
Com muitas cópias florindo
Nos grandes jardins do Além.
Ciúme
Ciúme é um veneno oculto,
Agindo em forma de espinho,
Que maltrata o coração
E mata devagarzinho
Contraste
Alegria, quando em paz,
É mais luz, a cada instante.
O ódio numa pessoa
É um espinheiro ambulante.
Anotação no Tempo
No trânsito e na existência,
Quem vive na contramão
Pode encontrar no caminho
Amargura, depressão.
23 de fevereiro de 1996
Quanto Menos
Muita gente neste mundo
Faz tudo o que lhe apetece
E alega a própria importância
Quanto menos se conhece.
Senha
Serviço espiritual
No mundo tem esta senha:
Quem muda tem nova linha,
Quando foge, leva lenha.
Tolerância
Tolera os erros alheios,
Evita os gritos extremos,
Muita vez, pede-se aos outros
Qualidades que não temos.
Surpresa
Era um homem de ambição,
Tinha planos a contento;
Quando obteve o poder,
Alcançou o sofrimento.
Males
Os males da natureza?
Pensa nisto quando ores:
Males feitos por nós mesmos
São sempre muito piores.
Crises
Se provações te maltratam
Sempre mais, nunca te irrites.
Perante o amparo de Deus,
Toda crise tem limites.
Difícil
Em meio de controvérsias,
Falou um Sábio, sereno:
“É muito fácil ser grande;
Difícil é ser pequeno.”
Agradecimentos
Ao término deste livro
De pálidos versos meus,
Sou grato aos caros leitores
E rendo Graças a Deus.
Cornélio Pires
Deus nos releva as faltas,
na certeza de que aprenderemos
igualmente a perdoar
as ofensas e os erros alheios.
Emmanuel