Sentinelas da Alma
Chico Xavier
Meimei
Sentinelas da Alma
Emmanuel
Prezado Leitor
Na Terra, as agitações naturais do cotidiano reclamam-nos as pausas de tempo, que nos auxiliem a pensar com clareza.
Ligada à enorme família espiritual, que lhe espera habitualmente a palavra, assim o entende Meimei, tanto quanto nós, que te ofertamos este volume simples, na condição de humilde companheiro para os momentos em que a vida te permite acender, nos recessos do próprio ser, a luz da reflexão.
Meditações e preces, instruções e bênçãos, significando sentinelas da alma!...
Em cada uma, a preservação da paz, a defesa do bem, a inspiração da solidariedade e o apoio de nossa própria segurança.
Estreito é o tempo e, pelas provas de que se constitui, longo é o caminho da existência no mundo físico e, muitas vezes, aí experimentamos a necessidade da oração que nos reconforte e do diálogo que nos renove e aclare o pensamento.
Foi pensando nisso, que a dedicada Meimei escreveu estas páginas, endereçadas especialmente aos corações que raciocinam e aos cérebros que sentem.
Que possas receber estas apostilas de amor fraternal, compreendendo que foram gravadas no anseio de orientar-nos todos, na direção do Cristo de Deus, nosso Mestre e Senhor, são os nossos votos.
Emmanuel
(Uberaba, 15 de janeiro de 1982)
Agradeçamos
Sabemos que a nossa mente, para evoluir, sofre processos de transformação por vezes violentos e rudes, qual acontece à terra necessitada de amanho para produzir.
Nos círculos da natureza, observamos o arado, vergastando o solo e ferindo-o, e se a grande massa rochosa aparece, de improviso, impedindo o esforço do lavrador, notamos que a dinamite comparece, estilhaçando os obstáculos...
Assim também a nossa inteligência não se modifica sem a visitação da dificuldade.
A lâmina dos problemas inquietantes como que nos tortura, dia-a-dia, constrangendo-nos à compreensão mais justa da vida e se o endurecimento espiritual é a nota de nossas reações, ante a passagem da máquina renovadora do sofrimento, surgem os impactos diretos da provação sobre a nossa experiência pessoal, desintegrando-nos antigas cristalizações no egoísmo e no orgulho.
Ofereçamos o coração do Divino Cultivador que é Jesus.
Digne-se o Mestre Divino fazer de nossa existência o que lhe aprouver.
Os golpes sublimes da Vontade superior sobre os nossos desejos serão recursos do máximo proveito para o nosso próprio futuro.
Se a dor nos procura, em forma de incompreensão do meio ou na máscara de tristes desilusões terrestres, abençoemo-la, acentuando a nossa fé viva em Nosso Senhor e continuemos servindo o próximo, na medida de nossas possibilidades, porque a dor é realmente a Sábia Instrutora, capaz de elevar-nos da Terra para os Céus.
Ajuda, meu filho
Não passes distraído, diante da dor.
Nesses semblantes que o sofrimento descoloriu e nessas vozes fatigadas em que a tortura plasmou a escala de todos os gemidos, Jesus, o nosso Mestre Crucificado, continua incompreendido e esfalecente.
Nessas longas multidões de aflitos e infortunados, encontrarás a nossa própria família.
Quantos deles albergaram esperanças iguais àquelas que nos alimentam os sonhos, sem qualquer oportunidade de realização? quantos tentaram atingir a presença da luz, incapazes de vencer a opressão das trevas?
Essas crianças caídas no berço da angústia, esses enrugados velhinhos sem ninguém, essas criaturas que a ignorância e a provação mergulharam no poço da enfermidade ou no espinheiro do crime, são nossos irmãos, à frente do Eterno Pai.
Estende-lhes tua alma na dádiva que possas oferecer, guardando a certeza de que amanhã, provavelmente, estarás também suspirando pelo bálsamo do socorro na bênção de um pão ou na luz de uma prece amiga.
*
Recorda que as mãos hoje por ti libertadas dos grilhões do infortúnio, podem ser aquelas que, amanhã, chegarão livres e luminosas, em teu auxílio.
Ao pé de cada coração desventurado, Jesus nos espera em silêncio.
Auxilia, meu filho e, na doce melodia do bem, ainda mesmo que dificuldades e sombras te ameacem a luta, ouvirás, no imo do coração, a voz do Divino Mestre a encorajar-te, paciente e amoroso: "Tem bom ânimo! Eu estou aqui".
*
Dispõe-te a compreender, a fim de que possas auxiliar.
Compadece-te de teus pais, de teus filhos, de teus irmãos, de teus amigos e adversários.
*
Os golpes sublimes da Vontade Superior sobre os nossos desejos serão recursos do máximo proveito para o nosso próprio futuro.
*
Amparo Recíproco
Reforma íntima: duas palavras que enfeixam numerosos apelos à sublimação espiritual.
Não te enganes, porém.
Em nos referindo a esse imperativo da vida, coloquemo-nos todos na órbita de semelhante necessidade.
Não te julgues intangível.
Se ainda não sofreste o assédio dessa ou daquela tentação, é possível que o teu dia de luta, nesse sentido, aparecerá mais depressa do que pensas.
Esse amigo conquistou a honestidade, mas ainda não se livrou da sovinice.
Aquela irmã atingiu louvável equilíbrio sentimental, no entanto, ainda carrega consigo grande peso de orgulho.
Outro amigo é um modelo de generosidade, contudo, não perdoa a mínima ofensa.
Determinada companheira é um retrato da dedicação, em família, mas converte-se facilmente em franca representação do egoísmo, em se tratando dos interesses dos outros.
Esse irmão alcançou alto grau de cultura, entretanto, não se contém perante certas tentações de caráter efetivo.
Encontramos outro que brilha na condição de autêntico herói do trabalho, no entanto, ainda não sabe afastar-se do propósito de empalmar os bens alheios, desde que encontre facilidade para isso.
Reportamo-nos ao assunto, a fim de anotar que, na Terra, somos todos necessitados da compaixão recíproca.
Analisemos os pontos frágeis da cidadela em que se nos oculta a personalidade e auxiliemo-nos uns aos outros.
Jesus nos dedicou um só mandamento:
- "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei."
E atrevemo-nos a crer que o Divino Mestre nos terá dito nas entrelinhas:
- "Perdoai-vos uns aos outros como eu vos perdoei."
Iluminemos o Coração
Iluminemos o coração, com a lâmpada acesa do amor, cada vez que a nossa palavra se dirija aos irmãos desencarnados, ainda presos à turvação de consciência.
Lembremo-nos de que nos achamos, à frente de enfermos, requisitando-nos compreensão e carinho.
Quem se atreveria, em nome da bondade, a cercar um náufrago desditoso com o manto opressivo da curiosidade descaridosa, ao invés de oferecer-lhe pronto socorro? Não lhe bastaria o tormento da inquietação nas ondas escuras da morte?
Quem se dispõe ao amparo dos espíritos amargurados, em desânimo e desespero, precisará erguer a própria alma à sublimidade do amor mais puro, a fim de socorrer com proveito.
Muitas vezes, as objurgatórias e reprimendas dos grandes juízes não conseguem, junto dos irmãos transviados, um centímetro de renovação edificante, suscetível de ser alcançada pelo estímulo carinhoso de uma simples frase paternal.
Todos possuímos desafetos do passado.
A Terra ainda não é residência das almas quitadas com a Lei.
Todos somos devedores ou doentes em reajuste.
Por isso mesmo, em nos comunicando com os adversários ou companheiros do pretérito ou do presente, mergulhemos a alma na fonte cristalina da boa vontade com Jesus, para que as nossas palavras não soem debalde.
Só o amor atravessa as paredes compactas do cárcere em que a ignorância se aguilhoa à penúria de espírito, conduzindo aos antros sombrios de nossos débitos a santificante claridade da libertação.
Migalha de Amor
Não menosprezes a migalha de amor que te pode marcar o concurso no serviço do bem.
Estende o coração através dos braços e auxilia sempre.
Quem definirá, entre os homens, toda a alegria da xícara de leite nos lábios da criancinha doente ou da gota de remédio na boca atormentada do enfermo? Quem dirá o preço de uma oração fervorosa, erguida ao Céu, em favor do necessitado? Quem medirá o brilho oculto da caridade que socorre os sofredores e desvalidos?
Recorda a importância do pano usado para os que choram de frio, da refeição desaproveitada para o companheiro subnutrido, do vintém a transformar-se em mensagem de reconforto, do minuto de conversação consoladora que converte o pessimismo em esperança, e auxilia quanto possas.
Lembra-te que Jesus renovou a Terra, utilizando diminutas migalhas de boa vontade e cooperação... Dos recursos singelos da Manjedoura faz o mais belo poema de humildade, de cinco pães e dois peixes retira o alimento para milhares de criaturas, em velhos barcos emprestados erige a tribuna das sublimes revelações do Céu... Para ilustrar seus preciosos ensinamentos, detém-se na beleza dos lírios do campo, salienta o valor da candeia singela, comenta a riqueza de um grão de mostarda e recorre ao merecimento de uma dracma perdida.
Não olvides que teu coração é esperado por bênção viva, na construção da felicidade humana e, empenhando-lhe, agora,a tua migalha de carinho, recolhê-la-ás, amanha, em forma de alegria eterna no Reino do Eterno Amor.
No álbum da compaixão
Observa: toda a Natureza, por livro de Deus, em qualquer parte, parece um cântico de louvor ao auxílio.
Ignoro se já pensaste nas primeiras árvores da Terra, inclinando-se para as aves fatigadas, a fim de que aprendessem a entretecer os próprios ninhos, nos braços fortes que lhes estendiam.
Nem sei se já meditaste na piedade das flores primitivas do mundo para com as abelhas cansadas e famintas, convidando-as pelo próprio perfume, a lhes retirarem as pequeninas sobras de alimento nas corolas acolhedoras, a fim de que não tombassem na exaustão, quando à procura de recursos que lhes facultassem o fabrico do mel.
Até hoje as árvores não se queixam dos pássaros que lhes deixam os ramos menos limpos e as flores não protestam contra as abelhas quando lhes aparecem, através de sucessivos enxames, a lhes dilapidarem as pétalas nutrientes.
Árvores e abelhas sabem, instintivamente, que a Divina Providência não lhes faltará com a chuva a lavar-lhes todas as folhas e com o acréscimo de seiva, destinadas a reajustar-lhes o sustento.
Não será semelhante lição dos agentes simples da natureza determinada mensagem da vida, concitando-nos à prática da bondade, de uns para com os outros?
Onde estiveres, compadece-te de teus irmãos.
Esse precisa apoiar-se em teus ombros para a caminhada difícil, aquele te aguarda o concurso fraterno, de modo a manter-se de pé, na marcha dos dias.
Abençoa e socorre sempre.
Em muitas ocasiões, penso que o ensinamento do Cristo, acerca do perdão, se revestiu de outras derivações no campo das atitudes.
Algum dos companheiros haverá perguntado ao Senhor:
Mestre, quantas vezes, devo auxiliar meus irmãos?
E, decerto, Jesus terá respondido:
Não te digo que auxilies uma vez, mas setenta vezes sete vezes.
Ora e prossegue
Penso entender-te, coração amigo:
Quando o dia flameja
E a Terra Benfazeja
Parece um colo maternal,
Trazes contigo a dor inexplicável
De quem carrega em si, na alma indisposta,
A inquietação do pássaro que arrosta
Os flagelos de longo temporal...
Atravessaste estradas espinhosas,
Duras tribulações de caráter violento,
Trechos de desencanto e sofrimento,
Veredas de amargor...
Não te entregues, no entanto, a lamentos inúteis,
A queixa acende fogo em palavras vazias,
Mergulhando-te os dias
Em desespero arrasador.
Ante o barulho das questões humanas,
Mesmo nas que te firam a pessoa,
Afasta-te do mal, serve e perdoa,
Não te prendas às teias do pesar...
Recorda: toda nuvem surge e passa,
Sob o tempo, em carreira desmedida,
Como a dizer que a vida
Pede mais esquecer do que lembrar
E hajam crises ou não pelo caminho,
Ergue um templo à oração no próprio peito,
Resguardando na fé o campo eleito
Dos teus sonhos e anseios tais quais são;
E reterás contigo o lúcido recanto
Da verdade que ampara, eleva e ensina,
Encontrando, na paz da Luz Divina,
A voz dos Céus no próprio coração.
Oração do comerciante
Pai de Misericórdia!...
Concedeste-me a oportunidade do trabalho, reservando-me honroso lugar na força dos que te obedecem, satisfazendo aos requisitos da vida!...
Agradeço, oh! Pai, as atividades com que me garantes a subsistência, entretanto, deixa que eu te enderece minha gratidão em particular pelos ensinos a que me levas na luz do cotidiano.
É no esforço de vender e comprar que te reconheço com mais clareza as leis de solidariedade e cooperação.
Nas tarefas a que me conduzes observo, com mais segurança, que nada posso realizar sem os outros.
Sem receber não posso dar e, sem dar de mim, em louvor do bem, não posso receber.
Se não auxiliar, não posso recolher auxílio.
Se não amparo como devo, não obtenho o amparo de que preciso.
Aprendo no trabalho que me deste que um cliente está diante de mim, qual a árvore benfeitora se encontra à frente do pomicultor que a cultiva.
Se lhe dou atenção e cuidado, posso aguardar a possibilidade de bons frutos em meu próprio favor, mas se relego a planta à indiferença ou ao menosprezo, nada posso aguardar senão esterilidade e secura!...
Faze-me entender que estes mesmos princípios me governam a existência.
Ensina-me, Deus de Misericórdia, que se guardo a faculdade de ser útil em benefício de alguém, dependo constantemente de muitos.
Ajuda-me a reconhecer que o meu campo de relações terá sempre o tamanho do atendimento que me disponha a realizar em proveito do próximo.
Induze-me a observar que toda a vida se baseia em amor para os assuntos de elevação e auxilia-me para que eu dê mais simpatia e bondade para que a bondade e a simpatia dos outros me favoreçam.
Ampara-me, oh! Pai de Infinita Misericórdia, para que eu te grave os princípios de luz e paz nos mecanismos da troca incessante e abençoa-me para que eu te possa realmente servir, hoje e sempre.
Oração do construtor
Senhor!...
Construir é a profissão que me deste.
Rendo graças ao teu Infinito Amor pela concessão que me fazes, entretanto, peço vênia para agradecer-te, quanto aos ensinamentos a que me levas.
Ao levantar um prédio, devo providenciar plano adequado, conforme o gabarito e as condições que as posturas legais me confiram.
Assim também para atingir as realizações a que aspiro, cabe-me formular projeto justo, segundo as possibilidades de que disponho.
Para construir no plano material, preciso comumente de solo, água, pedra, cimento, areia e outros elementos de que não prescindo. E, na área dos recursos humanos, prendo-me à colaboração de técnicos, pedreiros, carpinteiros, estucadores, decoradores, eletricistas e de outros muitos representantes do trabalho específico.
Em qualquer edificação, tanto necessito do mais culto dos engenheiros para que me corrija, quanto do mais humilde dos operários, a fim de que me obedeça.
Faze-me observar que na concretização de minha própria felicidade, preciso de todos os ingredientes respeitáveis da vida e de todos os companheiros de Humanidade que se aproximem de mim, competindo-me a obrigação de conjugá-los para o bem.
Senhor!...
Ajuda-me, desse modo, a prestigiar a todos aqueles que me cruzam os passos, não me deixes viver à distância dos outros e auxilia-me a reconhecer o valor de todos os teus filhos, meus irmãos de experiência e caminho, para que jamais, de minha parte, venha a ofender seja quem seja,a fim de que eu possa construir algo útil em tua Obra Divina, hoje e sempre.
Oração do Ferreiro
Deus de Bondade!...
Entre as barras e lâminas de ferro, situaste-me o trabalho que me patrocina a subsistência.
Onde a grande indústria ainda não haja chegado, aprimorando processos de serviço, aí estou eu, precedendo-a, entre o malho e a bigorna.
Agradeço, meu Deus, pela concessão.
Além disso, agradeço as lições que me propicias na atividade a que me conduzes.
Dia por dia vejo o metal simples e inocente suportando o fogo e pancadas para ganhar os nobres contornos de que necessita, o que me compele a reconhecer que o progresso e educação não existe sem preço.
Se o lingote sob força de meus pulsos conseguisse falar, decerto me denunciaria perante o Infinito Amor que a todos nos criaste, taxando-me de perseguidor e carrasco.
Entretanto, em teu nome, sou eu quem lhe dá linhas novas, a fim de servir em mansões e templos onde será levado a funcionar.
Aprendo, hoje, assim, que nem sempre sofremos para resgatar erros ou débitos adquiridos mas, sim,para contrario aperfeiçoamento e a beleza a que nos destinas.
Por tudo isto Senhor, ajuda-me a suportar as lutas de que preciso, a fim de permanecer em mais elevados climas de evolução e faze-me entender que o malho das provas simples me trará melhoria e burilamento para que eu te possa obedecer e servir com mais docilidade e segurança, hoje e sempre.
Oração do garimpeiro
Deus de Bondade!...
Certamente para que eu venha adquirir equilíbrio e moderação, impulsionaste-me a ganhar o pão de cada dia na condição de garimpeiro.
Agradeço, oh! Pai, a profissão que me atribuíste, entretanto,peço para que me ajudes a discernir o trabalho que me cabe fazer dos impulsos que me compete deixar.
Constantemente abro catas,à procura de riquezas e noto companheiros, cavando outras tantas, satisfazendo ao mesmo objetivo, contudo, habitualmente debalde nos esfalfarmos, de esforço a esforço em busca do diamante maior e melhor. Para isso, vejo, entre amigos mais estimáveis, a presença da astúcia e do ludíbrio, da perseguição e do crime, através de competições cruéis, que não raro terminam com aniquilamento e perturbação, loucura e morte.
Compreendo, Senhor, que uma pedra valiosa pode ser trocada em alimento e reconforto, evolução e cultura para legiões de pessoas e entendo que não abririam o solo para encontrá-la sem tua permissão.
Ainda assim, faze-me saber que todos possuímos as minas valiosas do tempo e que basta trabalhar e servir para entesourarmos progresso e educação.
Auxilia-me,porém, a reconhecer que se devo lavar toneladas de cascalho frio para adquirir frequentemente algum diamante pequenino,assim, também, se quero possuir os valores autênticos da vida, preciso agüentar toneladas de contratempos e lutas, dificuldades e problemas a fim de conquistar as riquezas da experiência.
Por tudo isso, Senhor, ajude-me a aproveitar as oportunidades da vida sem ciúme e sem cobiça, sem desespero e sem inveja para que eu possa, onde me situares, agir e construir para o bem Eterno, sendo a cada dia mais útil a Ti e aos outros, hoje e sempre.
Oração do médium
Senhor Jesus!...
Deste-me na mediunidade o arado de luz com que me cabe cultivar o campo da própria alma.
Auxilia-me a perceber que a colheita dos valores espirituais de que necessito dependerá sempre da plantação que eu fizer. E ajuda-me a observar que a erva daninha que, porventura, me prejudique as leiras de ação, surgirá como sendo resultado do repouso indébito a que me dedique.
Abençoa-me para que eu receba, com simpatia e boa vontade, os famintos de alimento espiritual e os sedentos de paz que me busquem, na condição de enviados de tua Misericórdia para comigo, para que não me falte o privilégio de trabalhar.
Fortalece-me o senso de responsabilidade pessoal, entretanto, não permitas possa enveredar-me através de escrúpulos negativos.
Induze-me a reconhecer que o bem verdadeiro verte de tua Infinita Bondade, em nosso auxílio, e que por isso mesmo, compete-me o encargo de obedecer aos emissários de teu infinito Amor para que o bem se faça não obstante as imperfeições ou problemas que, de minha parte, ainda carregue.
Ilumina-me o entendimento para que eu possa estudar e agir com proveito.
Guarda-me em tua simplicidade para que nenhum acontecimento me leve a superestimar as minhas possibilidades de cooperar em tua obra de redenção ou a parecer diferente dos outros. E conserva-me, Senhor, por acréscimo de misericórdia, em trabalho constante, no qual devo aprender a auxiliar, abençoar e servir, em teu nome, hoje e sempre.
Oração do pastor
Senhor!...
Colocaste-me no trabalho, guiando ovelhas com as quais procuro entender o sentido das tuas Leis.
Agradeço a profissão que me deste, mas, em te ofertando a minha alegria, rogo recebas todo o meu reconhecimento pelas lições com que enriqueces a vida.
Aprendo com os animais que posso conduzi-los para a estrada certa e, no entanto, assinalo que todos devem, um por um, caminhar com os recursos que lhes são próprios; noto que disponho de meios para carregar esse ou aquele dos mais fracos e mais doentes unicamente, porém, enquanto se lhes perduram a deficiência ou a enfermidade; observo que ante as ovelhas que se marginalizam fugindo das veredas distantes, devo usar o meu cão a fim de auxiliá-las a se reintegrarem no rebanho que confiaste e reconheço que, a rigor, não me cabe tosquiar nenhuma delas sem dose certa e fora da época própria, sob pena de induzi-las á morte.
Auxilia-me a compreender oh! Deus de Bondade, que os Instrutores Espirituais de minha vida podem orientar-me na direção das trilhas justas, competindo, no entanto, a mim seguir adiante com os meus próprios pés, que me sustentarão nos momentos graves, mas deixam-me agir, por mim mesmo na experiência comum, para que a superproteção não me invalide a existência; que necessito contar com o apoio do sofrimento para que se me reabilite o rumo exato do tempo, cada vez que me entregue à leviandade ou à deserção e que não me compete esperar dos outros aquilo que os outros ainda não me possam dar, em prejuízo deles próprios.
Oração do padeiro
Senhor!...
De espírito reconhecido, volto-me para o teu infinito Amor, agradecendo o trabalho que me concedeste.
Sou padeiro pela bênção de tua misericórdia e, enfornando o pão alheio, ganho honradamente o pão que me reservas.
Sê louvado pelo salário com que me beneficias a existência, no entanto, rendo-te graças, acima de tudo, pelas lições com que me clareias o entendimento.
Todos os dias preparo os ingredientes para fazer o pão que nos alimenta, contudo, isso não basta.
Reúno o trigo refinado, o fermento, a água e o sal sob aminha rigorosa atenção em doses justas, entretanto, para que o pão apareça é necessário o calor do forno.
Fazes-me saber, desse modo que a cultura requintada da inteligência, o fermento da imaginação, a água dos sentidos e o sal do discernimento não são suficientes para me tornarem agente capaz de nutrir ou confortar os outros em tua Criação Divina.
O pão necessita do forno, não tão fraco que tenda ao frio, nem tão forte que lembre o fogo. E, de minha parte, para ajudar ao próximo, preciso trazer em mim o necessário calor humano, não morno demais que me leve á distinção inoperante e nem arrojado em excesso que me induza á paixão.
Senhor!
Compreendo com os ensinos que recebo que, simbolicamente nos climas da Terra, estamos no forno da vida na conquista de maturidade espiritual para servir-te em mais altos planos de elevação.
Tanto quanto o pão necessita de temperatura adequada de modo a alcançar a condição em que se torne valioso para uso dos homens.
Auxilia-me a ser leal às atribuições que me deste, de modo a que eu distribua o calor do afeto e da compreensão junto dos companheiros da Humanidade no entendimento e no serviço que lhes devo e não consintas que me torne massa inútil no campo de tua obra.
Oração do pintor
Senhor!...
Através de pincéis e tintas, cores e telas, concedeste-me o trabalho de que se me honorifica a existência.
Obtenho os recursos que se me fazem necessários, criando imagens com que influencio o espírito alheio. Deste-me porém, tanta facilidade para exteriorizar a minha própria imaginação que, às vezes, receio descambar para figurações menos felizes, capazes de conturbar quem as vê, simplesmente pela sede de popularidade ou dinheiro fácil.
Ensina-me, Senhor, a compreender a harmonia com que distribuíste sabidamente as cores nos quadros da natureza, no orbe que nos emprestaste para viver.
Tingiste o firmamento de azul e a vegetação de verde, as cores repousantes que nos tranqüilizam o campo mental, mas, imprimiste ao sangue o vermelho alarmante e agressivo para que, ao menor sinal de perigo, venhamos a defender prontamente a vida corpórea.
Situaste as cores resplandentes do Sol, de cima para baixo, como dar-nos a idéia da marcha que a todos nos compele da sombra para a luz.
Entretanto, não puseste cor alguma no ar, a fim de que ninguém possa criar o mínimo traço de privilégio ou separatividade na distribuição do agente essencial à sustentação de todas as criaturas da Terra.
Coloriste a verdade com o realismo que lhe é próprio, mas não desprezaste a beleza e o sonho inventando para o nosso olhar as maravilhas do arco-íris que não existe como elemento substancial e, sim, como inspiração de paz e harmonia que nos sublime os impulsos.
Senhor!...
Ensina-me equilíbrio e o respeito aos outros para que eu apenas crie formas do bem e para o bem, a fim de que eu possa cooperar na segurança e na ordem, na serenidade e na alegria permanentes de tua obra, hoje e sempre.
Orando cada dia
Senhor!...
Faze-me perceber que o trabalho do bem me aguarda em toda parte.
Não me consintas perder tempo, através de indagações inúteis.
Lembra-me, por misericórdia, que estou no caminho da evolução, com os meus semelhantes,não para consertá-los e sim para atender à minha própria melhoria.
Induze-me a respeitar os direitos alheios a fim de que os meus sejam preservados.
Dá-me consciência do lugar que me compete, para que não esteja a exigir da vida aquilo que não me pertence.
Não me permitas sonhar com realizações incompatíveis com meus recursos, entretanto por acréscimo de bondade, fortalece-me para a execução das pequeninas tarefas ao meu alcance.
Apaga-me os melindres pessoais, de modo que não me transforme em estorvo diante dos irmãos,aos quais devo convivência e cooperação.
Auxilia-me a reconhecer que o cansaço e a dificuldade não podem converter-me em pessoa intratável, mas mostra-me, por piedade, quanto posso fazer nas boas obras, usando paciência e coragem, acima de quaisquer provações que me atinjam a existência.
Concede-me forças para irradiar a paz e o amor que nos ensinastes.
E, sobretudo, Senhor, perdoa as minhas fragilidades e sustenta-me a fé para que eu possa estar sempre em ti, servindo aos outros.
Assim seja.
Para auxiliar
Seja onde for ou diante de quem for, compadece-te.
Ninguém se aproximaria de ti, no intuito de aumentar a carga dos próprios sofrimentos.
Há quem te busque na expectativa de obter uma fatia de pão ou alguma pequena parcela de teus recursos, no entanto, muito mais que semelhantes companheiros, outras criaturas te procurarão a companhia.
Esse amigo suposto privilegiado da fortuna, conquanto a conversação amena com que se distingue, aguarda de ti essa ou aquela frase de reconforto, em vista de trazer o coração retalhado de angústia diante da esposa, a exigir-lhe separação; outro que conseguiu engajar-se no poder, em dialogando contigo, indiretamente, roga-te palavras de amparo que lhe balsamizem as enfermidades ocultas; e ainda outro que se te afigura inteligente, mas frívolo, escuta-te as impressões em torno desse ou daquele assunto, ansiando receber-te algum apontamento que lhe arranque as idéias de delinqüência.
A mulher que te surge, à frente, adornada em excesso, estará procurando algum argumento que lhe evite a queda nas teias do suicídio e aquela outra que se te mostra, algumas vezes, maquilada em demasia, jaz talvez no serviço sacrificial com que mantém um filho no sanatório.
Ouve os que te busquem a presença ou a palavra, com bondade e simpatia.
Não te fixes no que te parece; medita naquilo que provavelmente se encontra por trás das circunstâncias a esmolar-te auxílio e comiseração.
Dispõe-te a compreender, a fim de que possas auxiliar.
Compadece-te de teus pais, de teus filhos, de teus irmãos, de teus amigos e adversários.
Conta-se que o Apóstolo João, o Evangelista, despendeu dilatados janeiros pesquisando as expressões exatas com as quais pudesse explicar a natureza de Deus, mas, em seguida, a esforço longo e gigantesco, encontrou a procurada definição nestas três palavras:
- "Deus é Amor."
Pensamentos e rogativas
Senhor!...
Concede-me forças para irradiar a paz e o amor que nos ensinaste.
***
Que ouro pagarão benefício da fonte, quando a sede te martiriza?
E onde o cofre repleto que te possa valer, no suplício da fome, quando a casa está órfã de pão?
***
Dispõe-te a compreender, a fim de que possas auxiliar.
Compadece-te de teus pais, de teus filhos, de teus irmãos, de teus amigos e adversários.
***
Os golpes sublimes da Vontade Superior sobre os nossos desejos serão recursos do máximo proveito para o nosso próprio futuro.
***
Senhor!...
Nas ocasiões em que a doença nos visite, revigora-nos a certeza de que, mesmo assim, ser-nos-á possível cultivar paciência, de modo a encorajar àqueles que nos procurem.
***
Aquele homem de duro semblante na administração que não te pode atender as requisições de favor, muitas vezes, chora, às ocultas, ao refletir no filho doente.
***
Senhor!...
Auxilia-me a reconhecer que o cansaço e a dificuldade não podem converter-me em pessoa intratável, mas mostra-me, por piedade, quanto posso fazer nas boas obras, usando paciência e coragem, acima de quaisquer provações que me atinjam a existência.
***
Determinado companheiro te trouxe toda uma carrada de inquietações, afligindo-te os passos...
Memoriza a legião dos amigos devotados que te alegram as horas e compadecer-te-ás daquele que, em vão, procura complicar-te o caminho.
***
Recorda que as mãos hoje por ti libertadas dos grilhões do infortúnio podem ser aquelas que, amanhã, chegarão livres e luminosas, em teu auxílio.
***
Senhor!...
Não me permitas sonhar com realizações incompatíveis com meus recursos, entretanto por acréscimo de bondade, fortalece-me para a execução das pequeninas tarefas ao meu alcance.
***
Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-á em socorro de tua vida.
***
Se a dor nos procura, em forma de incompreensão do meio ou na máscara de tristes desilusões terrestres, abençoemo-la, acentuando a nossa fé viva em Nosso Senhor...
***
Recorda as bênçãos que possuis, a fim de que não te entregue a própria mente a desequilíbrios que não compraste.
***
Senhor!...
Não nos consintas acreditar na fraqueza quando nos revestes a existência com recursos inesgotáveis para o trabalho e nem nos permitas crer na necessidade do ressentimento, quando nos impeles a viver, cada dia, em pleno oceano de amor.
***
Ouve os que te busquem a presença ou a palavra, com bondade e simpatia.
***
Senhor!...
Nos dias em que a tristeza nos acene, induze-nos a lembrar as alegrias de que no enriqueces, constantemente, a fim de que o desânimo não entorpeça a capacidade de trabalhar.
***
Jesus nos dedicou um só mandamento:
-“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”
E atrevemo-nos a crer que o Divino Mestre nos terá dito nas entrelinhas:
-“Perdoai-vos uns aos outros como eu vos perdoei.”
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É verdade que sofres no caminho que a vida te deu a percorrer, entretanto, muitos daqueles que te cercam suportam tribulações muito mais graves que as tuas.
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Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que por isso, em cada manhã, o dia renascente no Céu é um sorriso de Deus.
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Senhor!...
Dá-me consciência do lugar que me compete, para que não esteja a exigir da vida aquilo que não me pertence.
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Ao pé de cada coração desventurado, Jesus nos espera em silêncio.
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Senhor!...
Guia-nos ao conhecimento de nós mesmos e ensina-nos a usar as forças que nos deste.
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Ensina-me, Deus de Misericórdia, que as bases da vida são em verdade, tão importantes que, um dia, Jesus, o teu Enviado ao Mundo se propôs a lavar os pés dos seus próprios discípulos.
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Senhor!...
...perdoa as minhas fragilidades e sustenta-me a fé para que eu possa estar sempre em ti, servindo aos outros.
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...Estende-lhes tua alma na dádiva que possas oferecer, guardando a certeza de que amanhã, provavelmente, estarás também suspirando pelo bálsamo do socorro na bênção de um pão ou na luz de uma prece amiga.
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Senhor!...
Nas horas em que alguém nos contrarie, auxilia-nos a recordar quantas vezes temos ferido aos semelhantes, e concede-nos o olvido de quaisquer contratempos sem complicá-los
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Desgostos em família apareceram, criando-te problemas...
Conta com os dias de júbilo e segurança que o lar te concedeu e perceberás que os contratempos de hoje são leves nuvens que a força do tempo desfará.
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Senhor!...
Nos momentos em que a fadiga nos ameace, faze-nos empregar a energia da nossa própria vontade, a fim de que possamos prosseguir agindo e servindo, até que a oportunidade para repouso e refazimento nos favoreça.
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Só o amor atravessa as paredes compactas do cárcere em que a ignorância se aguilhoa à penúria do espírito, conduzindo aos antros sombrios de nossos débitos a santificante claridade da libertação.
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Senhor!
Em qualquer situação,não nos deixe pedir isso ou aquilo aos nossos companheiros, sem antes doar quanto estiver ao nosso alcance, abrindo assim as iniciativas da cooperação e da solidariedade.
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Seja onde for ou diante de quem for, compadece-te.
Ninguém se aproximaria de ti, no intuito de aumentar a carga dos próprios sofrimentos.
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Senhor!...
Apaga-me os melindres pessoais, de modo que não me transforme em estorvo diante dos irmãos, aos quais devo convivência e cooperação.
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Em qualquer dificuldade, não te prendas ao lado sombrio dos acontecimentos para que não te escravize ao peso morto das impressões negativas.
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Senhor!...
Lembra-me, por misericórdia, que estou no caminho da evolução, com os meus semelhantes, não para consertá-los e sim para atender à minha própria melhoria.
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Não olvides que teu coração é esperado por bênção viva, na construção da felicidade humana e, empenhando-lhe, agora, a tua migalha de carinho, recolhê-la-ás, amanha, em forma de alegria eterna no Reino do Eterno Amor.
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Conta-se que o Apóstolo João. o evangelista, despendeu dilatados janeiros pesquisando as expressões exatas com as quais pudesse explicar a natureza de Deus, mas, em seguida, a esforço longo e gigantesco, encontrou a procurada definição nestas três palavras:
-“Deus é Amor”.
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Não te fixes no que te parece; medita naquilo que provavelmente se encontra por trás das circunstâncias a esmolar-te auxílio e comiseração.
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Revisa as iniciativas que já promoveste, com êxito amplo e concluirás que o insucesso não passa de convite à renovação para que recomeces as próprias atividades em linhas mais justas.
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Iluminemos o coração, com a lâmpada acesa do amor, cada vez que a nossa palavra se dirija aos irmãos desencarnados, ainda presos à turvação de consciência.
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Reforma íntima: duas palavras que enfeixam numerosos apelos à sublimação espiritual.
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Onde estiveres, seja onde for, não olvides estender o sorriso, por oferta sublime da própria alma.
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Senhor!...
Induze-me a respeitar os direitos alheios a fim de que os meus sejam preservados.
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Diante de uma árvore simples e amiga, é possível aprender que a evolução se baseia no trabalho e que, nas leis de Deus, para servir e servir é necessário esquecer e esquecer.
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Senhor!...
Dá-me consciência do lugar que me compete, para que não esteja a exigir da vida aquilo que não me pertence.
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Ao pé de cada coração desventurado, Jesus nos espera em silêncio.
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Se a dor nos procura, em forma de incompreensão do meio ou na máscara de tristes desilusões terrestres, abençoemo-la, acentuando a nossa fé viva em Nosso Senhor...
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Recorda as benções que possuis, a fim de que não entregues a própria mente a desequilíbrios que não compraste.
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Senhor!...
Não me consintas perder tempo, através de indagações inúteis.
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Quem se dispõe ao amparo dos espíritos amargurados, em desânimo e desespero, precisará erguer a própria alma à sublimidade do amor mais puro, a fim de socorrer com proveito.
Se a dor nos procura
"Se a dor nos procura, em forma de incompreensão do meio ou na máscara de tristes desilusões terrestres, abençoemo-la, acentuando a nossa fé viva em Nosso Senhor... Recorda as bênçãos que possuis, a fim de que não entregues a própria mente a desequilíbrios que não compraste."
Só o amor
"Só o amor atravessa as paredes compactas do cárcere em que a ignorância se aguilhoa à penúria de espírito, conduzindo aos antros sombrios de nossos débitos a santificante claridade da libertação".
Sorriso
Onde estiveres, seja onde for, não olvides estender o sorriso, por oferta sublime da própria alma.
Ele é o agente que neutraliza o poder do mal e a oração inarticulada, que inibe a extensão das trevas.
Com ele, apagarás o fogo da cólera, cerrando a porta ao incêndio da crueldade.
Por ele, estenderás a plantação da esperança, soerguendo almas caídas na sombra, para que retornem à luz.
Em casa, é a benção da paz, na lareira da confiança.
No trabalho, é música silenciosa incentivando a cooperação.
No mundo, é chamamento de simpatia.
Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-á em socorro de tua vida.
Sorri para a nuvem, e ainda mesmo que a nuvem se desfaça em chuva de lágrimas nos teus olhos, o pranto será conforto do Céu, a fecundar-te os campos do coração.
Não te roga o desesperado a solução do enigma de sofrimento que lhe persegue o destino. Implora-te um sorriso de amor, que renove as forças, para que prossiga em seu atormentado caminho.
E, em verdade, se os famintos e os nus te pedem pão e agasalho, esperam de ti, acima de tudo, o sorriso de ternura e compreensão que lhes acalme chagas ocultas.
Não te perturbem as criaturas que se arrojam aos precipícios da violência e do crime. Oferece-lhes o sorriso generoso da fraternidade, que ajuda incessantemente, e voltar-se-ão, renovadas, para o roteiro do bem.
Sorri, trabalhando e aprendendo, auxiliando e amando sempre.
Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que em cada manhã, o dia renascente no Céu é um sorriso de Deus.
Rogativa de apoio
Senhor!...
Guia-nos ao conhecimento de nós mesmos e ensina-nos a usar as forças que nos deste.
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Nos dias em que a tristeza nos acene, induze-nos a lembrar as alegrias de que nos enriqueceis, constantemente, a fim de que o desânimo não nos entorpeça a capacidade de trabalhar.
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Nas ocasiões em que a doença nos visite, revigora-nos a certeza de que, mesmo assim, ser-nos-á possível cultivar a paciência, de modo a encorajar àqueles que nos procurem.
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Nos momentos em que a fadiga nos ameace, faze-nos empregar a energia da nossa própria vontade, a fim de que possamos prosseguir agindo e servindo, até que a oportunidade para repouso e refazimento nos favoreça.
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Nas horas em que alguém nos contrarie, auxilia-nos a recordar quantas vezes temos ferido aos semelhantes e concede-nos o olvido de quaisquer contratempos sem complicá-los.
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Em qualquer situação, não nos deixes pedir isso ou aquilo aos nossos companheiros, sem antes doar quanto estiver ao nosso alcance, abrindo assim as iniciativas de cooperação e da solidariedade.
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Senhor!...
Não nos consinta acreditar na fraqueza quando nos revestes a existência com recursos inesgotáveis para o trabalho e nem nos permitas crer na necessidade do ressentimento, quando nos impeles a viver, cada dia, em pleno oceano de amor.
E, em nos conhecendo, tais quais somos para fazermos de nós o melhor que pudermos, sustenta-nos, seja onde for, a decisão de aceitar sempre os teus sábios desígnios.
Assim seja.