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domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Ligeirinho-Francisco Cândido Xavier

 

Índice do Blog

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O  Ligeirinho

Chico Xavier

Emmanuel

O verbo dita modelo à experiência.

Um conselho é uma indicação.

Um discurso é comparável a motor indutivo.

Uma página escrita não deixa de ser um figurino para criações de ordem moral.

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Uma pergunta só nos dará conforto: se Jesus há milênios, trabalha por nós, para que tenhamos o pequenino clarão de conhecimento com que hoje tentamos dissipar as sombras que ainda trazemos, porque desanimar na obra de amparo aos que amamos, se apenas agora começamos a servir no terreno da luz?

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Somente aquele que se dispõe a fazer as coisas pequeninas que sabe e pode, virá a saber e a poder realizar grandes coisas.

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Não fossem as gotas d’água e a fonte não existiria.

Recusasse a semente a própria segregação no solo e a Terra se converteria em deserto.

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Beneficência para todos os dias e ao alcance de todos: a doação das boas palavras.

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Transformação permanente por dentro é metamorfose da alma que encerra consigo bastante poder para transfigurar dificuldade em lição e sombra em luz.

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Não temos a santidade; no entanto, já nos matriculamos na escola do bem.

Aprendendo a evitar as arremetidas do mal.

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Comumente nos referimos à penúria, qual se estivéssemos à frente de um monstro instalado em definitivo junto de nós, esquecidos de que o trabalho é infalível extintor da miséria...

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A planta que hoje reclama extremo cuidado ao cultivador não lhe dá frutos imediatos.

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É importante verificar que o Divino Mestre não estabeleceu condição para que o discípulo lhe compartilhe a jornada.

Não pergunta se ele se julga dotado com a força conveniente.

Se é fraco de espírito...

Se é demasiado imperfeito...

Se sofre em família...

Se possui débitos a solver...

Se padece tentações...

Se está acusado de alguma falta...

Se tem valores de educação...

Se é rico ou pobre de possibilidades materiais...

O Senhor diz apenas “segue-me”, como quem afirma que, se o aprendiz se dispõe realmente a segui-lo, será suprido de socorro eficientes, em todas as suas necessidades.

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Recorrer ao passado para ensinar e referir-se ao futuro para construir, mas viver nas realidades do presente, colaborando com os irmãos da Humanidade.

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Ninguém conseguiria manter a ordem sem a justiça, mas ninguém constrói a paz sem amor.

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Auxiliando, compreenderemos.

Dando, possuímos.

Quanto mais baixo nas esferas da Natureza, mas intensamente se mostra o bem da força, e quanto mais alto, nos planos do Espírito, mais pura se revela a força do bem.

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A força tiraniza.

O amor reina.

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Às vezes, fugimos ao serviço que nos cabe, justificando a omissão com os defeitos que ainda nos caracterizam.

Dizemo-nos demasiado fracos para cooperar com a beneficência e desertamos do contato com irmãos em penúria...

Afirmamo-nos inábeis e recusamos encargos honrosos que se nos confiam...

Proclamamo-nos rudes em excesso e rejeitamos a possibilidade de colaborar no ensinamento edificante...

Asseveramo-nos na posição de espíritos endividados e fantasiamos incapacidade para o cultivo da fé...

Entretanto, é grande contra-senso semelhante norma de proceder.

Se a criatura humana surgisse instruída no berço, para que a escola da Terra?

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Centralizamos a atenção em nódoas e defeitos, faltas e quedas alheias, conferindo-lhes um poder que não possuem ou exagerando-lhes a feição.

E, enquanto isso ocorre, perdemos tempo, retardando as edificações que nos competem, à maneira de operários que furtassem as horas de trabalho em que se engajaram para medir a lama do caminho que o Sol há de secar.

Avisemo-nos, tanto quanto possível, contra semelhante impropriedade.

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Imaginemos alguém atravessando a via pública sem menor consideração para com os avisos do trânsito ou contraindo dívidas sem a mínima idéia de que responderá pelos próprios atos.

Claramente que, por fim, esbarrará com desastre e insolvência.

Assim acontece na vida espiritual.

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Cada tarefeiro é situado no lugar certo, para a cooperação exata.

Este retém a palavra vibrante, aquele conserva com mais segurança o senso da direção, outro escreve de modo convincente, outro ainda, com mais propriedade, fornece a energia curadora...

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Tanto quanto não será possível prever a extensão do incêndio, sem medidas que o combatam, ninguém pode acautelar-se do alastramento do mal, sem a colaboração do bem que o elimine.

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Às vezes, a crueldade não é senão doença catalogável na patologia da mente, agravada em muitas ocasiões, por influência obsessiva, solicitando auxílio curativo, ao invés de punição.

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Uma atitude respeitosa para com os adversários nunca nos rouba tempo ao serviço.

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Os inimigos, queiramos ou não, são filhos de Deus como nós e, conseqüentemente, nossos irmãos, para quem Deus providenciará recursos e caminhos dentro da mesma bondade com que age em nosso favor.

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Pensemos em nós, espíritos em reajuste perante a Lei, como sendo talvez muitos dos tiranos que censuramos, nas galerias da História, e meditemos na abnegação e no  heroísmo de quantos nos legaram tudo de bom que hoje possuímos.

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O Criador não ergueria a criatura para insuflar-lhe maldição.

Todos os filhos de Deus são potencialmente bons e encerram em si as sementes da grandeza moral a que se destinam.

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A idéia é uma força criadora e nossas palavras aderem a ela construindo sentimentos, sugestões, formas e coisas.

Conversemos para melhorar.

Utilizemos a frase por agente de elevação.

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Muitas vezes, damos na Terra estranhos espetáculos de genialidade e delinqüência, cultura e degradação.

É que apenas a inteligência  não basta à felicidade.

A alegria de viver pede, acima de tudo, a luz do entendimento, a presença do equilíbrio e a bênção do amor.

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Nunca falar de alto para baixo, mas compartilhar as necessidades e deficiências dos circunstantes, transmitindo-lhes a certeza de que carrega consigo as mesmas lutas e problemas que lhes marcam a vida.

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Não transferir aos amigos, sejam quais forem, a culpa de nossos fracassos ou qualquer das obrigações que a vida nos atribui.

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Recordemos a sábia advertência do apóstolo Paulo:

- Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe, não caia.”

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Importante saber se já recolhemos dificuldades e provações por reais benefícios; se procuramos renovar-nos constantemente, em espírito, para fazer o melhor ao nosso alcance; o que estamos produzindo a favor do próximo, seja no trabalho remunerado ou na atividade gratuita das boas obras; se já sabemos esquecer as ofensas alheias, tanto quanto desejamos que as nossas sejam esquecidas; se o nosso entusiasmo é invariável na prática do bem.

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Toda frase, no mundo da alma, é semelhante a engenho de projeção suscitando imagens na câmara oculta do pensamento.

Temos assim, frases e frases: duras como aço; violentas como fogo; suaves como brisa; reconfortantes como sol; mordentes quais lâminas; providenciais como bálsamos.

Saibamos, desse modo, compor as nossas frases com as nossas melhores palavras, nascidas de nossos melhores sentimentos, porque toda peça verbal rende luz ou sombra, felicidade ou sofrimento, bem ou mal para aquele que lhe faz o lançamento na Criação.

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Levantarás magnificentes construções terrestres, mas enquanto não ergueres em ti próprio o templo da paz, alcançado no dever nobremente cumprido, não encontrarás em teu benefício o pouso interior da genuína tranqüilidade.

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Necessário abrir o coração à bondade, o cérebro à compreensão, a existência ao trabalho, o passo ao bem, o verbo à fraternidade.

Não só isso.

Imperioso abrir igualmente o livro edificante ao estudo, a bolsa à beneficência, a capacidade à cooperação e o caminho à hospitalidade.

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A cada passo, ouvimos de companheiros plenamente capacitados para o exercício das boas obras, afirmações como estas:

- “Compreendo a necessidade do esforço no bem, mas não estou preparado para tomar compromissos.”

- “Quem sou eu para auxiliar?!..”

- “Não tenho merecimento...”

- “Sou criatura indigna de viver...”

Entretanto, esses mesmos amigos, nas lides materiais, não se acanham de asseverar que estão procurando melhoria de nível, seja no campo do trabalho, na esfera dos vencimentos, no cultivo da inteligência ou nos recursos da profissão.

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Quem te poderá fazer o mal, se procurar só bem? Pensa nisso, atendendo a isso, e verificarás que a segurança íntima reside em ti mesmo, qual acontece à paz da alma, que vem a ser patrimônio de cada um.

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A moeda, a cultura da inteligência, o verbo fulgurante e a segurança social nem sempre conseguem suprimir os problemas da pobreza, porque não nos é lícito esquecer a pobreza de espírito.

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Distribuindo alimentos às vítimas da penúria, abstém-te de azedar o pão com o vinagre da reprimenda, respeitando a condição dos que lhe batam à porta.

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Há doentes do corpo e doentes da alma.

É forçoso não esquecer isso, porque todos eles são credores de entendimento e bondade, amparo e restauração.

Diante de quem quer que seja, em posição menos digna perante as leis de harmonia que governam o Universo e a Vida, recordemos as palavras do Cristo: “não são os que gozam saúde que precisam de médico”.

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Jamais transfigurar a verdade em bastão de castigo, mas dosá-la e usá-la no veículo do amor, à maneira de esclarecimento e remédio, renovação e consolo, escola e incentivo à prática do bem.

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O adversário é sempre alguém digno do auxílio ao nosso alcance, mas nem sempre, com desculpa de amor, devemos fazer aquilo que ele estima fazer.