Bênçãos de Amor
Chico Xavier
Espíritos Diversos
A União
Memei
Observemos a síntese grandiosa que a natureza nos oferta, sob a forma da sábia lição, que reporta-se ás leis dos esforços em conjunto.
No Cosmos Grandioso, onde cintilam milhões de corpos celestes, também faz sentir a sublimidade desta lei. Pois vemos que, no cortejo imenso dos astros, existe a harmonia em todas as trajetórias.
Bastaria um só corpo celeste, por pequenino que fosse, não cooperar no conjunto, para que cataclismos de grande proporções adviessem como resultado. As leis magnéticas de atração e repulsão precisam estar em perfeita conjunção de esforços,para haver o equilíbrio.
Aqui na terra, também vemos a natureza sempre nos dar singelos exemplos.
Uma pérola que tivesse hábitos solitários, não poderia formar sozinha o conjunto harmonioso de um colar custoso.
Uma garoa de água, que teimasse em desprender sozinha da nuvem alentada, não poderia irrigar o solo árido pois sua capacidade de trabalho seria restrita.
Um tijolo, por mais que tenha boa vontade, se teimar em estar sozinho sem a cooperação de outros tijolos seus irmãos, não poderá, nas mãos de hábil arquiteto, se transformar em acolhedora vivenda.
Em tudo é preciso conjunto para mais fácil e eficiente se tornar a tarefa a ser empreendida.
Copiemos a natureza com nossos atos, sendo unidos em nossos empreendimentos. Se assim fizermos, mais facilmente venceremos os obstáculos.
E como cooperadores da Seara do Divino Mestre, porque não unirmos nossos esforços, para, em conjunto, edificarmos algo que seja útil para a Humanidade?
Alegria
Meimei
Alegria é o cântico das horas com que Deus te afaga a passagem no mundo.
Em toda parte, desabrocham flores por sorrisos da natureza e o vento penteia a cabeleira do campo com música de ninar.
A água da fonte é carinho liquefeito no coração da terra e o próprio grão de areia, inundado de sol, é mensagem de alegria a falar-te do chão.
Não permitas, assim, que a tua dificuldade se faça tristeza entorpecente nos outros.
Ainda mesmo que tudo pareça conspirar contra a felicidade que esperas, ergue os olhos para a face risonha da vida que te rodeia e alimenta a alegria por onde passes.
Abençoa e auxilia sempre, mesmo por entre lágrimas.
A rosa oferece perfume sobre a garra do espinho e a alvorada aguarda, generosa, que a noite cesse para renovar-se diariamente, em festa de amor e luz.
Além da Carne
Emmanuel
Depois da morte do corpo:
A frase amiga que houvermos proferido no estímulo ao bem será um trecho harmonioso do cântico de nossa felicidade.
A opinião caridosa que formulamos acerca dos outros, converter-se-á em recurso de benignidade da Justiça Divina, no exame dos nossos erros.
O pensamento de fraternidade e compreensão com que nos recordamos do próximo transformar-se-á em fator de nosso equilíbrio.
O gesto de auxílio aos irmãos do nosso caminho oferecer-nos-á sublime colheita de alegria.
Mas, igualmente, além túmulo:
A maledicência de nossa alma e de nossa boca será tremendo espinheiro a provocar-nos dilacerações e feridas.
A nossa indiferença para com as amarguras do próximo aparecerá por desolada geleira à frente dos nossos passos.
A nossa preguiça surgirá como sendo terrível gerador de miséria.
A nossa crueldade exibirá, na tela de nossas consciências a constante repetição dos quadros deploráveis de nossos delitos e de nossas vítimas, compelindo-nos à aflitiva demora em escuras paisagens purgatoriais.
A morte é o retrato da vida.
A verdade revelará a chapa do teu próprio destino as imagens que estiveres criando, sustentando e movimentando, no campo da existência.
Se desejas, assim, a ventura e a tranqüilidade, além das fronteiras de cinza do sepulcro, semeia, enquanto é tempo, a luz e a sabedoria que pretendes recolher nas sendas da ascensão eterna.
Hoje-plantação, segundo a nossa vontade.
Amanhã – seara, conforme a lei.
Se agora cultivarmos a sombra, decerto, encontraremos, depois a resposta das trevas. Se porém, semeamos o amor e a simpatia, onde nos encontramos, indiscutivelmente, mais tarde, penetraremos, ditosos, a beleza divina da Imortalidade Vitoriosa.
Desobsessão
Bezerra de Menezes
O amigo menos feliz da Espiritualidade, ao qual tantas vezes gravamos com o pejorativo de “obsessor”, é sempre uma afeição que se transfigurou na retaguarda, metamorfoseando amor em ódio e simpatia em desacordo.
É sempre a criatura que anexamos ao distrito espiritual de nossos próprios interesses e esperanças.
Não se transformará em definitivo por força de palavras que possamos pronunciar, e nem se anestesiará ao contato de promessas que venhamos a formular.
É sempre a criatura que nos observará, quanto ás idéias e planos de melhoria e elevação que anunciamos.
Possivelmente, em muitas ocorrências, respeitará a autoridade e a influência de benfeitores que nos advoguem a causa de libertação e paz, reajuste e segurança, mantendo-se, porém, transitoriamente à distância.
Entretanto, mesmo de longe, os amigos categorizados na condição que examinamos, prosseguem policiando-nos a vida e assinalando-nos os passos.
Por isso mesmo, desobsedar-se será, antes de tudo, servir e servir, servir sem propósito de obter qualquer retribuição, servir por amor para demonstrarmos o proveito das lições de aperfeiçoamento em que vamos evoluindo.
Não nos esqueçamos que os adversários que levantamos contra nós mesmos esperam por nós na seara do trabalho e da benção.
O suor que derramamos no dever a cumprir ser-lhes-á a certidão de nosso burilamento e as lágrimas que vertamos, no auxílio do próximo, serão as faíscas de luz que nos clarearão o caminho,do qual partilharão todos eles, tanto quanto nós mesmos , transformados e reconduzidos às leis de harmonia que nos governam.
Filhos, repitamos: Auxiliar aos outros é a forma de auxiliar-nos; desculpar é exonerar-nos do desequilíbrio que porventura ainda nos assinala o coração; suportando com paciência, seremos tolerados com a grandeza daqueles que nos supervisionam a jornada; amar e esquecer-nos é o processo de sermos lembrados nos suprimentos da Vida Superior e sempre mais amados para sermos, um dia, o Amor de Cristo que nos convidou à felicidade suprema, asseverando convincente: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Deus Nosso Pai
Batuíra
Honrar nosso pai é honrar também a Deus. O nosso Pai de Infinita Bondade.
No instituto doméstico, os filhos amadurecidos na experiência honorificam os pais, através das obrigações executadas no lar.
Na residência planetária, os filhos de Deus, edificados na compreensão de Suas Leis, dignificam o Todo-Misericordioso por intermédio dos deveres retamente cumpridos, diante da humanidade nos caminhos do mundo.
Amamos a Deus na pessoa do próximo.
Comecemos o exercício dessa abnegação que nos proporcionará o necessário acesso à Luz Divina.
Fomos feridos nas tarefas cotidianas? Saibamos esquecer as ofensas do companheiro que ainda ignora as conseqüências do mal.
Golpes de injúria desceram sobre nós, procurando exterminar-nos a esperança e a coragem?
Entendamos a inexperiência daqueles que desconhecem a força da sobra que desencadeiam para si mesmos e continuemos a colaborar no levantamento do bem de todos.
Quem vem lá, faminto ou desesperado, tentando encontrar socorro e consolação?
Pausemos para servir porque é nosso familiar que nos bate à porta, suplicando asilo e compreensão.
Que pensar do infeliz que passa na via pública enxovalhado por sarcasmo e condenação?
Nenhuma dúvida paira em nosso espírito quanto ao imperativo de entendê-lo e auxiliá-lo porquanto ele é nosso irmão pela Paternidade Divina e espera por nosso devotamento.
Deus, o Senhor Supremo da Vida, o Pai que nos recebe diariamente os protestos de fidelidade e de amor conta em verdade conosco e em verdade precisa de nós.
Espera confiantemente sejamos o amparo aos desajustados, a fortaleza dos fracos, a energia dos fatigados, a benção dos que foram lançados à solidão.
Deus necessita de nós e deseja recebermos a cooperação ainda que humilde.
Envia-nos os necessitados de toda espécie e de todas as procedências para que Lhe representemos a Providência Divina.
Em toda parte, é possível receber esse mandato sublime e desempenhá-lo.
É por isso que Jesus, o filho mais altamente consagrado ao Supremo Senhor que a Terra já conheceu, assim se expressou fazendo-nos sentir que Deus está conosco e espera por nós em todas as circunstâncias: “Todo o bem que fizerdes no mundo ao último dos pequeninos, em verdade, é a mim que o fizestes.”
Ela Passa
Auta de Souza
Ela passa e o consolo se irradia
Qual a brisa de essência misteriosa,
A esperança aparece com a rosa
No espinheiro da sombra e da agonia...
Ela passa e um sussurro de alegria
Sobe em prece na noite tenebrosa,
Traz em torno sublime nebulosa,
Onde a vida celeste principia!
Ela passa e ninguém lhe sabe a crença,
É tão-só Caridade... Luz suspensa
Sobre as dores que a lágrima descerra!
Ei-la divina! E vê-la onde passa,
Sem distinção de credo, nome e raça,
A presença do Cristo sobre a Terra!...
Indicações
Emmanuel
Onde há trabalho, existe compreensão.
Onde existe compreensão, há tolerância.
Onde existe tolerância, existe cooperação.
Onde existe cooperação, existe humildade.
Onde há humildade, existe amor.
Onde existe amor, abre-se o caminho para Deus.
Invocação
João de Deus
Anjos da Paz da Espiritualidade,
Desdobrai vossas asas luminosas,
Sobre este altar de lírios e rosas
Florindo às luzes da imortalidade.
Gênios de Luz, de Amor e de Bondade
Almas divinas, almas carinhosas,
Descei das amplidões da Eternidade
A esse banquete da fraternidade!
Vinde da claridade pura e imensa!
Trazei a este cenáculo da crença
Da Justiça de Deus, o Amor e a Luz!
Derramai neste Templo da Esperança,
As flores da Verdade e da Bonança
Do Jardim claro e eterno de Jesus!...
(Soneto recebido na “União Espírita Mineira”, por ocasião da conferência ali pronunciada pelo prof. Leopoldo Machado, subordinada ao tema “das responsabilidades dos Espíritas do Brasil”).
Menos e Mais
Emmanuel
Quanto menos trabalho, mais preguiça.
Quanto menos esforço, mais estagnação.
Quanto menos direito, mais insegurança.
Quanto menos serviço, mais penúria.
Quanto menos fé, mais desconfiança.
Quanto menos caridade, mais aspereza.
Quanto menos entendimento, mais perturbação.
Quanto menos bondade, mais intolerância.
Quanto menos diligência, mais necessidade.
Quanto menos simpatia, mais obstáculos.
Quanto mais fizeres pelos outros, mais receberás do próximo em teu beneficio.
Quanto mais auxiliares, mais serás auxiliado.
Quanto mais aprenderem, mais saberás.
Quanto mais te aplicares ao bem, mais o bem te glorificará o caminho.
Quanto mais te consagrares ao próprio dever, mais respeito e mais nobreza te coroarão.
Quanto mais te dedicares ao plantio da fé pela compreensão de nossa insignificância, à frente do Senhor, mais a fé brilhará em tua fronte.
Quanto mais sacrifício puderes suportar, mais alta ser-te-a a própria sublimação.
Quanto mais te humilhares, buscando a posição do fiel servidor da Divina Bondade, mais engrandecido te farás diante da Lei.
Quanto mais suportares as falhas alheias, usando a paciência e a afabilidade, mais amor conquistarás naqueles que te observam e seguem.
Quanto mais souberes perder nas ilusões da Terra, rendendo culto diário à reta consciência, mais lucrarás na Imortalidade Vitoriosa.
Recordemos o ensinamento do Cristo “ao que mais tiver mais lhe será acrescentado”.
E, aumentando a nossa boa vontade no trabalho que o senhor nos concede para as horas de cada dia, estejamos convictos de que mais seguramente avançaremos no rumo de nossa própria libertação.
Minha Mãezinha
João de Deus
Tenho em casa uma pessoa
De lábios e mãos de arminho,
Que me abraça de mansinho,
Que me beija e me abençoa.
Se erro, ajuda e perdoa,
Se choro, traz-me carinho,
É o anjo do meu caminho,
Humilde, serena e boa.
Se há riso e festa na rua,
Junto de mim, continua
Sempre terna, sempre minha...
Meu coração conta ao vê-la.
Mais bonita que uma estrela.
Essa pessoa é Mãezinha.
Nem Castigo, Nem Perdão
André Luiz
O espírita encontra na própria fé - o Cristianismo Redivivo - estímulos novos para viver com alegria, pois, com ele, os conceitos fundamentais da existência recebem sopros poderosos de renovação.
A Terra não é prisão de sofrimento eterno.
É escola abençoada das almas.
A felicidade não é miragem do porvir.
É realidade de hoje.
A dor não é forjada por outrem.
É criação do próprio espírito.
A virtude não é contentamento futuro.
É júbilo que já existe.
A morte não é santificação automática.
É mudança de trabalho e de clima.
O futuro não é surpresa atordoante.
É conseqüência dos atos presentes.
O bem não é o conforto do próximo, apenas.
É ajuda a nós mesmos.
Deus é Equidade Soberana, não castiga nem perdoa, mas o ser consciente profere para si mesmo as sentenças de absolvição ou culpa ante as Leis Divinas.
Nossa conduta é o processo, nossa consciência o tribunal.
Não nos esqueçamos, portanto, de que, se a Doutrina Espírita dilata o entendimento da vida, amplia a responsabilidade da criatura.
As raízes das grandes provas irrompem do passado - subsolo da nossa existência -, e, na estrada da evolução, quem sai de uma vida entra em outra, porque berço e túmulo são, simultaneamente, entradas e saídas em planos de Vida Eterna.
No Tesouro das Horas
Emmanuel
Meus amigos, nas nossas reuniões do Espiritismo Evangélico, não nos esqueçamos da boa vontade e da cooperação.
Quinze minutos de amparo fraternal, através da conversação educativa, representam valioso tempo na construção do bem.
Os orientadores da Vida Maior não se expressam junto de nós exclusivamente através da máquina mediúnica, especializada em suas funções técnicas. Mais que isso, aproximam-se de nossa expressão verbalística e tomam-nos a palavra por fio de transmissão de ensinamentos preciosos ou por veículo de medicação eficiente aos que nos acompanham detendo problemas mais asfixiantes que os nossos.
Uma frase amiga...
Um trecho de leitura edificante...
Um apontamento consolador...
O relato de uma experiência construtiva...
Tudo isso é recurso no levantamento do Reino de Deus que lutamos para alcançar.
Abstenhamo-no de converter as nossas reuniões em congressos de fadiga e expectação inoperante.
É possível materializar em nossos agrupamentos de oração o mais seguro aprendizado com o Divino Mestre, através da palavra bem conduzida.
Um quarto de hora é inestimável para Deus.
É preciso não perdê-lo em divagações inúteis, em suspiros de cansaço, em aflição injusta ou em ociosidade incompatível com a nossa fé.
Todos podemos dar.
Esta é a primordial revelação do amor que nos rege os destinos.
Comecemos a concretização da caridade, dando ao próximo algo de nossa esperança, de nosso trabalho ou de nossa cultura, em forma de notícias de nosso mundo interior, ainda em processo de adaptação ao Evangelho.
Cada assembléia Espírita-Cristã é acompanhada de orações sequiosas de reconforto e de luz.
Desencarnados e encarnados, em obstáculos escuros na própria vida, esperam de nós o socorro providencial que uma simples frase, muitas vezes, pode realmente estabelecer.
Recordemos, desta forma, o tesouro dos minutos e aproveitemo-lo.
Nós sempre somos tão pródigos nos comentários puramente humanos, em torno da ignorância e da penúria que nos rodeiam, podemos modificar o impulso de nossa fertilidade mental no rumo do bem, mobilizando a palavra para a edificação de todos.
Rogando, assim ao Senhor, forças para valorizarmos a riqueza das horas, somos, como sempre, vosso irmão e servo humilde.
Palavras do Semeador
Emmanuel
Semeador da vida, semeia a boa semente,
Os corações na Terra assemelham-se, muitas vezes, à própria terra.
Não amaldiçoarás o deserto porque exiba espetáculos de secura.
Dar-lhe-ás o consolo da fonte.
Não esmagarás os próprios dedos nas pedras do campo.
Removerás o empecilho, amparando a eira.
Não impediras a lama do charco.
Alongarás ao pântano o socorro do dreno amigo.
Não agredirás o espinheiro.
Auxiliarás, feliz, a limpeza da gleba.
Nos caminhos do mundo, há muita gente também assim.
Almas ressecadas na ignorância, enrijecidas na indiferença, atormentadas na sombra, perdidas na crueldade...
Não reclames, nem condenes.
Estende as mãos a serviço do amor e tanto quanto possível, semeia sempre.
Não exijas, porém, que o fruto chegue hoje.
Primeiro, o suor do trabalho e a semente no solo.
Depois, a defesa laboriosa e a verdura tenra, pedindo apoio.
Mais tarde, no entanto, surpreenderás, jubilosamente, a alegria da flor e a benção do pão.
Por Enquanto
Emmanuel
Por enquanto, é inútil que o homem no mundo lavre escrituras e acordos sobre propriedades que lhe não pertencem.
Usufrutuário da fazenda terrestre vive para dizer adeus, cada dia, aprendendo, não raro, com dificuldades e revolta, a arte de despedir-se.
Por enquanto, cidades preciosas e imponentes são patrimônio móvel das gerações que se sucedem, ininterruptas...
Casas solarengas são transmitidas de pais para filhos, quando não descem à treva das disputas envenenadas que rodeiam o sepultamento daqueles que as relegam aos descendentes...
Dinheiro, por mais abundante, inevitavelmente, derrama-se-lhe das mãos, poderoso e inútil, sempre que a enfermidade incurável lhe rói o arcabouço...
Indumentária pomposa termina no túnel valioso dos museus, quando não se reduz à cinza em covas de lodo e sombra...
Afetos, na feição carnal, passam apresados, confiando-o a dolorosas reflexões...
Realizações da inteligência sofrem a passagem do tempo com a modificação invariável das informações provisórias da ciência, embora respeitável e digna...
O corpo maneiroso, de que tanto se ufana, sofre a pressão do guante irresistível da morte quando menos espera...
Por enquanto, então, a glória da criatura brilha na oportunidade de fazer o bem e exaltá-lo em cada instante da vida...
Por enquanto, o poder, a posse, a autoridade, a aptidão e a saúde são nossos instrumentos sublimes de serviço, que podemos utilizar em nossa própria sublimação.
Tenhamos assim, em mente, a importância do minuto que recebemos do Senhor por empréstimo de sua |Infinita Misericórdia, e procuremos realizar o investimento do verdadeiro progresso, burilando nosso espírito para que estejamos em condições de retratar-lhe os desígnios.
Acordemos para semelhante realidade, enquanto é hoje, de vez que, por enquanto, a oportunidade de glorificar o bem com o Cristo, onde estivermos, é a única benção que possuímos, porque, no planeta móvel tudo se transforma e tudo se eleva para o melhor e aquilo que julgamos, na Terra, como sendo nossa propriedade absoluta e positiva, pode metamofosear-se de um momento para outro, em azorrague de desesperação sobre nossa própria alma, além de converter-se simplesmente em um punhado de cinzas, no corpo ciclópico do mundo em constante ascensão.
Por Falar em Amor
Amor que salva e levanta
É a ordem que nos governa.
Na lide em favor de todos,
Teremos a vida eterna.
Casimiro Cunha
Um gesto de caridade
Apaga muitas feridas,
Um minuto de Evangelho
Pode salvar muitas vidas.
Casimiro Cunha
Não olvides que o trabalho
É fonte de paz e luz,
Jamais esqueças, meu filho,
Que teu modelo é Jesus.
Casimiro Cunha
Amigo se reconhece
Não na hora que te agrade,
Mas no dia em cinza e vento
Quando ruge a tempestade.
Milton da Cruz
Humildade, muitas vezes,
É a fortaleza de alguém
Que se apaga em desvalia
Pela vitória do bem.
Pedro Silva
Caridade principia
Por esta lição do bem:
Nunca roubes a alegria
Do coração de ninguém.
Vivita Catier
A caridade onde serve
Não espera voz nem vez,
Nunca fala de onde vem,
Nem se reporta ao que fez.
Pedro Silva
Alguém te fere o trabalho?
Olha o tronco se tens fé:
Quanto mais poda no galho,
Mais frutos pendem do pé.
Otávio Kelly
Trabalhando
Maria Dolores
Se erraste em alguma ofensa
Sem o perdão do ofendido,
Foge às mágoas sem sentido,
Não percas tempo chorando...
Dá novo proveito às horas,
Não discutas, nem descanses,
Para sanar esses lances
Pede perdão, trabalhando...
Se alguém te armou “mau olhar”,
Induzindo-te à tristeza,
Dando-te angústia e incerteza,
Apesar do gesto brando,
Recorda que, neste mundo,
É fácil achar pessoa
De alma rude e fala boa
E prossegue trabalhando...
Se alguém que amas te deixa,
Sem pensar no compromisso
De fé, amor e serviço
Vendo-te a dor aumentando
Não reclames, nem reproves;
Acende-lhe a luz da prece,
Serve mais! ...Desculpa e esquece,
Mas esquece, trabalhando...
Sobre a Terra, tudo passa,
Não só o fel que te enlaça,
Outros sorvem fel na taça
Da prova em que estão lutando...
Jesus nos guarda e nos guia...
Alma irmã, alma sincera,
Jesus também nos espera,
Mas espera trabalhando!...
Trovas de Rir e de Chorar
Cornélio Pires
No mar o peixe feroz
E de mais alta expressão
Não é a baleia enorme,
É o pobre do Tubarão.
A doença perigosa
Que mais aflige e domina
É a treva de quem não crê
Na Providência Divina.
O homem que sofre e chora
E se põe a viajar,
Só acha a paz que procura
Por dentro do próprio lar.
Há quem diga que Mãe Eva
Veio buscar mais parreira,
Mas vendo as filhas nas praias
Transformou-se em costureira.
Homens que foram à Lua
Cantando e tirando sarro,
Voltaram com tanta fome
Que compram pães de barro.
Existem muitos doentes...
Falta de apoio não é...
Doença na maioria
É sempre ausência de fé,
Quem é mau, nem sempre aceito,
Se chora em caminho estreito
Fala em Deus e xinga a vida,
Mas paga de qualquer jeito.
Quanta revolta e descrença
Nos amigos teus e meus,
Mas continuam vivendo.
Pela bondade de Deus.
Ressurreição
Emmanuel
Não aguardes o futuro para descerrar os olhos à própria ressurreição.
O atalho do amor puro consegue reduzir as sinuosidades da senda que nos cabe trilhar para a comunhão com o Senhor.
É possível o nosso renascimento ainda agora.
Para isso, porém, não guardes o coração na rígida armadura das palavras, incapacitando-lhe a movimentação no infinito Bem.
O Evangelho não é um prontuário de formulas inexeqüíveis.
Não se reduz a museu de símbolos mortos, nem se resume a ensinamentos que os séculos hajam sentenciado ao abandono.
Lembra-te de que Jesus não é um Mestre distante. É o Amigo Divino e Eterno, em nossas atividades de cada dia, convocando-nos à assimilação da Vida Superior.
Ouçamos-lhe a voz, no âmago da consciência.
Fujamos à intoxicação mental da cultura mal conduzida.
Apaguemos o fogo da crítica no altar de nossa vida de relação.
Evitemos a imobilidade da lição redentora no leito das frases brilhantes.
Indispensável reconstruir as causas para que os resultados se modifiquem.
Uma renovação integral do nosso modo de ser se nos reclama nos santuários da Nova Revelação, a fim de que a vida se reerga por nosso intermédio.
É imprescindível recordar que o Nome de Jesus se encontra empenhado em nossas mãos.
E, compreendendo que o tempo ser-nos-á sempre o juiz sereno e justo, evitemos as longas curvas das reencarnações expiatórias em nossa marcha para o Alto.
Façamos o melhor ao nosso alcance, refletindo o Cristo em nossa própria consciência e, nessa diretriz salvadora, estejamos convictos de que para nós a Divina Ressurreição começará desde hoje.
Tristeza
Emmanuel
Em toda parte, a tristeza surge na terra à maneira de sombra sob diversas modalidades.
Vemos a tristeza delituosa de quem não consegue arrojar-se ao despenhadeiro do crime.
Temos a tristeza desordenada daqueles que não puderam implantar a discórdia.
Auscultamos a tristeza destrutiva de quantos apenas encontraram frustração em seus planos perversos.
Sondamos a tristeza malévola daqueles que se viram inabilitados para ferir...
Identificamos a tristeza coagulante dos inimigos do trabalho que fazem das horas culto permanente à ociosidade e à penúria...
Tristeza da inveja que envenena a prosperidade dos outros...
Tristeza da maledicência que recolhe em seu curso o antídoto da bondade...
Tristeza do orgulho quando não logra sobrepor-se à virtude alheia...
Tristeza da vaidade que não pode elevar-se a galeria da ostentação...
Tristeza de ricos que ignoram deliberadamente as oportunidades de luz que lhes enriquecem a existência, encerrando-se, eles próprios, nas algemas de desregrada ambição e tristeza de pobres que olvidam conscientemente os recursos de amor que Deus lhes confere, aprisionando-se, eles mesmos, no cárcere da incontinência e da maldade, da revolta e da indisciplina...
Tristeza de moços que se esquecem dos próprios deveres e se arruínam na fúria de paixões deploráveis, e tristeza de velhos que fogem às obrigações que a madureza lhes delega e se anulam na corrente sombria do desespero e da dor inútil...
Mas a pior tristeza de todas é aquela que nasce da inconformação no aprendiz de Jesus, chamado a edificar a verdadeira alegria na Terra, porque, desconhecendo à sublimidade do sacrifício do Divino Mestre, que converteu a própria cruz em gloriosa ressurreição, o seguidor do Evangelho, trazido ao serviço da paz, à humildade e ao otimismo, que se recolhendo à tristeza vazia e estéril, é o maior agente de contaminação da preguiça e do desânimo, por fazer-se instrumento vivo dos anestésicos do mal.
Vinde, Irmãos
Abel Gomes
Frente a noite de dor à procela,
Em que o homem do mundo luta e chora.
O espiritismo acende a nova aurora
Na luz da crença promissora e bela.
Oh! Doutrina bendita que revela
A Verdade Divina que se enflora,
Da esperança vibrando mundo afora,
Desde a vida mais alta a mais singela.
Espiritismo em Cristo é a grande escola,
A generosa fonte que consola
No caminho de dor da humanidade.
Venham irmãos ao banquete da esperança,
Espiritismo é o campo da bonança
Frutificando para a eternidade,